sexta-feira, 29 de julho de 2016

Verdade óbvia

Os momentos de tédio existem com um propósito único: para darmos mais valor aos momentos de excitação e deslumbramento, em menor número do que os outros.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Ando a ler coisas giras tarde e a más horas


E agora um aparte meu, para referir que uma das coisas que aprecio observar nos homens é as suas mãos e as unhas: gosto delas com dedos longos, elegantes, com unhas limpas onde se note a linha branca ligeiramente circular que as termina. Com pele hidratada, bem tratada, de preferência mais morena do que leitosa. Faço questão de, discretamente, observar e julgá-las (e de vez em quando, deixar a imaginação voar) quando sou atendida por algum homem.
Isto a propósito do que a seguir relato e que me fez gargalhar e pensar comigo que este homem em particular devia ser um sacaninha engraçado cuja grande obra é para mim ilegível, intragável mesmo.

Diz-se, no livro do tal americano que releio, que James Joyce, com 85 anos, foi abordado numa festa por uma mulher bem mais jovem que lhe pediu para, em forma de cumprimento, apertar a mão que tinha escrito Ulisses. Em vez de lhe estender a mão direita, ele ergueu-a no ar e respondeu-lhe: "Permita-me que lhe lembre, minha senhora, que esta mão também já fez outras coisas."

Se isto não é brejeirice disfarçada de sapiência vinda de um velho a quem tudo se desculpa, não sei o que será...

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Alma aberta

Queria ter coragem para voar
Ver outros mundos e espantar-me
Ouvir histórias inacreditáveis
Contar histórias vividas

Queria viver como imaginara,
Não viver como posso
Rir-me a toda a hora
Não pensar no que não foi

Queria sentir o que não sinto
E não sentir o que sinto,
Sentindo-me estranha por não sentir

Queria olhar e agir
Pensar e fazer
Planear e rir


terça-feira, 26 de julho de 2016

Que chatice!

Não consigo não me chatear com isto, não obstante reconhecer que é uma atitude egoísta de minha parte. É que eu gosto mesmo de a ler e acho que consegue, e sempre conseguiu, estar imune à silly season por que a maior parte dos meus blogs estão a passar. E agora vou ler o quê, hein?

domingo, 24 de julho de 2016

Coisas de que não vou gostar, à partida

  • De conduzir do lado errado da estrada
  • De beber cerveja que sabe mal
  • Do tempo mais frescote
  • Das inevitáveis indecisões
  • Dos turistas asiáticos de máquina em punho
  • De andar de avião
  • Da comida estranha mal cozinhada
  • ...

Mas sei que vou adorar reviver e recordar tudo e mais alguma coisa do que aconteceu há 21 anos!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ideias soltas

  • Os padres deveriam poder casar-se e/ou constituir família
  • Os milagres deveriam ser reais
  • Os bilhetes de avião para umas certas ilhas portugueses deveriam ser mais baratos
  • Os pratos à base de massa não deveriam engordar
  • O teletransporte já deveria ser uma realidade
  • A NSA e congéneres deveriam ter férias permanentes
  • Certas pessoas deveriam manter a boquinha fechada ou, pelo menos, dizer menos asneiras
  • O Vaticano deveria partilhar as suas riquezas
  • Os carros voadores não poluentes já deveriam andar no ar
  • O elevador deste prédio deveria ser mais fiável
  • A memória deveria perdurar infinitamente
  • O café, os alimentos e o tabaco não deveriam amarelecer os dentes
  • A maldade não deveria ter sido sequer uma palavra quanto mais uma característica
  • ...

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Um café e um croissant de chocolate

Hoje passei cerca de uma hora na conversa com o R., de 19 anos (conheci-o com 16) e a P., de 16 anos (conheci-a com 13), namorados desde os 17 dele e os 14 dela. Ainda eu era professora de ambos e já achava que esta relação tinha trazido imensos benefícios mais para ele do que para ela, pois enquanto que ele era um daqueles miúdos por quem não se dava nada, ela brilhava em tudo o que se metia. Totalmente opostos em termos académicos.
Como me enganei na questão dos benefícios! Quando se gosta de alguém a ponto de a relação perdurar contra muito do que se dizia, não há benefícios nem contrapartidas. Simplesmente há algo entre eles. E estes miúdos têm esse algo. Mesmo tendo seguido percursos estudantis bem distintos, estão ambos fantásticos, sorridentes e continuam juntos. Ambos voluntários em actividades de verão aqui na cidade.
Falámos de outros alunos, deu para recordar momentos hilariantes, momentos de tensão, situações e pessoas que na altura me puseram tola, pessoas de um passado bem recente que me deixa saudades.
O café arrefeceu e o croissant ficou a meio.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Julho na cidade

Cidade essa que se tem tornado pequena para abarcar os nativos, os que vêm cá trabalhar, os veraneantes (como eu) e os outros turistas. A azáfama nas ruas traz certamente retorno económico aos estabelecimentos comerciais, principalmente aos da restauração. As ruas estão mais coloridas, mais alegres, mais joviais. Ouvem-se as línguas, o francês, o chinês (ou japonês? não sei), o castelhano, o italiano. A zona ribeirinha fervilha à medida que a tarde avança para a noite. As máquinas fotográficas e os telemóveis elevam-se uns centímetros para abarcar a cena toda que é impossível de abarcar na totalidade. As escadas de acesso à igreja matriz e alguns edifícios renasceram com tanta cor. O rio corre cheio a convidar a banhos, passeios e brincadeiras na água. Os fins-de-semana recebem milhares de pessoas à procura de diversão e a barraca já é notoriamente pequena para as enormes noites de concertos. E dia 24 haverá fogo-de-artifício a não perder, depois da actuação do sérvio & companhia.
Definitivamente esta não é a cidade da qual se dizia ter ficado parada no tempo. Vale a pena uma visita.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Devaneios sobre o tempo

O tempo esticado não me dá tempo para acabar a tempo o tempo dado pois o tempo dado esticou-se tanto que o perdi a perder tempo.
O prazo do tempo acaba amanhã.

domingo, 17 de julho de 2016

Vejo uma coisa boa nisto dos pokemons (mas só uma)

Estando o rapaz de férias escolares há cinco semanas, a semana passada foi passada, entre outras atividades mais caseiras, na rua, a calcorrear ruelas e atalhos e travessas à procura dos coisos, isto é, obrigou-o a movimentar-se depois de quatro semanas mais paradas devido à interrupção do exercício físico regular. É que já se nota bem a barriguita proeminente e um pneuzito que não existiam antes das aulas terminarem. E por muito alto que ele já esteja, comer que nem um leão faz mossa.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Caça aos Pokemons

Depois de um brunch que finalizou com um pastel de nata e um café no local habitual, fomos à caça de pokemons. A dada altura, dentro da livraria Bertrand e enquanto descíamos para o piso de entrada, com mais um livro policial (desta vez em língua portuguesa, uma colectânea de nove autor@s), e um livro sobre Java na calha, diz o rapaz, espantado: "Olha, está aqui um nas escadas. Vem apanhá-lo!". E pronto, lá limpei mais um pouco o pó ao seu ecrã ao mesmo tempo que apanhava o meu primeiro gambuzino pokemon. O senhor Manuel, que deve ter os seus 55-60 anos e é funcionário do dito cujo estabelecimento livreiro, partilhou connosco que o seu quintal, aquele sítio onde ele planta as couves e os tomates, estaria infestado destes coisos e que o seu neto andava louco à caça deles ontem ou anteontem. E ainda acrescentou que, se fossemos por uma determinada rua que desembocava em determinado largo, iriamos acrescentar imensos bichos destes à já grande, e pelos vistos infinita, colecção do rapaz.
O senhor não mentiu.
Que doideira!

(Ainda não lhe disse, mas se houver pokemons em Dublin, o telemóvel dele fica no hotel!)

terça-feira, 12 de julho de 2016

E a miúda que nunca mais sai, hein?!

Se não rebentassem as águas à mãe nos dias iniciais de Julho, o parto seria induzido ontem. A verdade é que é terça à tarde e não há meio de a miúda sair. É que nem com epidural, pelos vistos! E está aqui uma pessoa ansiosérrima, a olhar para as mensagens de cinco em cinco minutos. Até parece que a sobrinha é filha minha!

Adenda das 21:45: lá saiu, depois do sofrimento a que toda a mãe tem direito, de cesariana, após quase 41 semanas. Enfim...

domingo, 10 de julho de 2016

Antes da aventura final

Hoje vou ter esperança que onze jogadores se chamem todos "João Sem Medo", que sejam valentes, intrépidos, desafiadores e permanentemente optimistas, que nunca desanimem e que ultrapassem os monstros, as partidas, as artimanhas, os castelos feios e os palácios frios, do mesmo modo que tal personagem literária o fez durante as suas aventuras para lá do Muro. Que regressem a chorar, de alegria e histórias e emoções para contar.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Ficção, ou talvez não

...
- Viste a Dália a espreitar por trás da cortina branca? - perguntou o Alfredo.
- Onde, raios? E ela viu-me, que achas? - retorquiu o Jorge - Acho que estava mais preocupado em colar a porcaria do cartaz sem ser visto pelos bufos.
- Não sei se ela te viu, não sei se ela reparou que eras tu. Mas quando olhei para trás, ainda havia uma sombra atrás da cortina.
- Ela é linda, não é? Aqueles olhos verdes levam-me à perdição quando me deito.
Olha lá, soubeste do Manel dos Bois? Eles entraram-lhe casa adentro há duas noites. Parece que foi apanhado a colar os cartazes do direito à greve....shh!!! Cala-te!! Corre, pah, corre pela tua vida!
...

Em Novembro de 1973, um destes dialogantes foi preso pela PSP de Lisboa, por colar "cartazes subversivos nas paredes". Está no auto de apreensão que me chegou hoje por e-mail. O seu original permanece na Torre do Tombo.

Inconcebível, hoje em dia.

Mais um farolim partido

(e um gato morto na estrada)

Há qualquer coisa no destino de certos gatos que os fazem atravessar a estrada mesmo à frente do MQT -  que trava brusca, repentina e mortalmente para o felino -  e, deste modo, contribuem para o aumento de vendas de farolins dianteiros. No espaço de cerca de um ano, é já o segundo farolim em duas viaturas diferentes.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Desabafo sobre a bola

Ainda bem que eu não percebo nada de futebol e de jogadas tácticas e estratégias a longo prazo!

terça-feira, 5 de julho de 2016

IroKuMata

Recebi o título por sms ontem, tardiamente, como resposta a pergunta minha. Nem quis saber como raio se lembraram dum nome daqueles. É só mais uma prova que estão todos na idade da parvalheira!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Do futuro próximo

Parece que há alguém que quer correr e caminhar, ao som de música e animação, enquanto lhe projectam tinta ao longo do percurso. Eu já disse que a indumentária irá directa para o lixo.
A ver quem ganha...

Os ratos abandonam o barco

De 1998, Julian Barnes, Inglaterra, Inglaterra:

"...a Grã-Bretanha tinha outrora dominado grandes extensões da superfície do mundo, pintando-as de cor-de-rosa de pólo a pólo. À medida que os tempos foram passando, estas possessões imperiais separaram-se e estabeleceram-se como nações soberanas. E com toda a razão. Com que é que isso nos deixava agora? Com algo denominado Reino Unido, o qual, para ser honesto e encarando a realidade, não se mostrou à altura do seu adjectivo. Os seus membros estavam unidos do mesmo modo que os inquilinos que pagam renda aos mesmos proprietários estavam unidos. E toda a gente sabia que os contratos de aluguer podiam ser transformados em propriedade livre. (...) E a Inglaterra viria algum dia a perder a sua forte e singular individualidade estabelecida ao longo de tantos séculos se, apenas a título de exemplo, o País de Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte decidissem pirar-se? Não na opinião de Jerry."

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Começaram as hostilidades de Julho, na cidade

Hoje, durante a silent party que certamente ainda decorre numa das ruas da cidade - cheia de pessoas com auscultadores a dançarem ao som das músicas que só elas ouvem, e daí os diferentes ritmos corporais - calhou cruzarmo-nos com uma amiga dos tempos de secundária, faculdade, namoro, início a dois sem filhos. Ela estava acompanhada pela filha e nós pelo nosso rapaz. Após dançarmos ao som silencioso do Macarena e do Apita o comboio, apresentámos os respectivos descendentes um ao outro e dissemos ao nosso quem era a outra mãe. A indiferença notória e o encolher de ombros, sorridente e bem-educado, fez-me lembrar como eu própria reagia quando os meus pais faziam questão de me levar a casa dos seus amigos, muito a contragosto meu, ou de me apresentar amigos de longa data que já se viam com pouca frequência.
Apesar das diferenças geracionais, há momentos que irão sempre repetir-se.

Sinónimos peculiares

"...o suspeito terá desviado património..."; ..."Diogo Gaspar terá levado bens do Estado..." - ouvido durante o Primeiro Jornal da SIC.

Qualquer arguido é considerado inocente até prova em contrário, mas tirar algo do sítio a que pertence, não sendo essa coisa sua e sem autorização d@ proprietári@, e expô-la no seu próprio domicílio, chama-se roubar. Assim me ensinaram os meus pais.

Tenho uma dúvida premente

Alguém conhecido partilhou algo no facebook e a respectiva notificação veio parar à minha inbox. Deixei lá uma pergunta-comentário... e até agora, nada, nenhuma resposta, nenhuma reacção. O que devo concluir desta indiferença, deste "olha, está a ignorar-me", alguém sabe?

(Fará diferença acrescentar que esse "alguém conhecido" é o MQT?)

Pronto, tá bem! Mas eu já nem reconheço as entranhas disto!

Save water, drink wine! Ando muito ecologista! E estou viva! Ao contrário da outra que deu de frosques sem ai, nem ui! E tinha muita coisa p...