A Porquinha andava muito triste. As suas irmãs mais velhas, Porca e Porcalhona, além de já não brincarem com ela na lama, andavam a tramar alguma e não podia ser das boas. Muitas vezes, a Porquinha apanhava-as a sussurrar pelos cantos e mal se aproximava delas, ambas punham o seu ar sério e disfarçavam com conversa de chacha e sorrisos cândidos. Ela já não aguentava mais tanto segredinho. Tá bem que o seu rabinho rosa ainda não se enrolava como o delas, mas achava que já tinha idade suficiente para poder partilhar as conversas das fêmeas porcas da família. Assim pensou e assim agiu, aproximando-se delas e, com ar muito repimpão, de Porquinha adulta, disse-lhes que gostaria muito de saber que raio de porcaria é que elas andavam a tramar. De certezinha absoluta que metia algum Lobo pelo meio, acrescentou ainda a Porquinha, cheia de coragem e com as bochechas rosadas, de tanto atrevimento perante as mais velhas!
A Porca e a Porcalhona, que de cândidas e inocentes já nada tinham, decidiram encostar a Porquinha contra a parede e fazer-lhes prometer que ela nunca contaria o que iria ver de seguida. Porque se tal acontecesse, alguém veria o seu rabinho deveras...afectado! Não querendo correr riscos desnecessários à conta duma Porquinha ingénua e tagarela, vendaram a pobre Porquinha e conduziram-na sem mais rodeios, na direcção da floresta, por entre carreiros já por elas pisados muitas vezes. Quando chegaram ao sítio, a Porca e a Porcalhona mais uma vez avisaram a Porquinha que ela não deveria abrir o focinho acerca do que iria presenciar. Desvendaram a curiosa Porquinha, que não se calou um minuto no caminho, e o que viu ela?
O Lobo.
A fazer o quê? - perguntam vocês.
Não posso contar o resto, pois corria o risco de ser chamada um nome feio! Agora cada um que invente um final.