Há uns anos estraguei um poema de Fernando Pessoa, com a versão que escrevi e publiquei na altura e que revelo novamente:
Ai que
prazer
Não postar
diariamente
Ter um blog para manter
E não o fazer.
Publicar torna-se monótono
Partilhar on-line é quase
nada.
O sol doira sem blogosfera
O rio corre bem ou mal,
Sem edição original e pessoal.
E a brisa, essa, de tão
naturalmente matinal
Como tem tempo, não tem pressa.
Blogs são páginas virtuais
Cheias de bits e bytes
Partilhar é uma coisa em que está
distinta
A diferença entre “o meu” e “o
nosso”.
Quanto melhor é quando há clicks
Esperar por O Comentário,
Quer venha ou não.
Grande é a escrita, a emoção e os
comentários ziguezagueantes
Mas o melhor da Internet é o
mundo aos nossos dedos
Imagem, música, cores e as
palavras
Que nos atingem
Só quando, em vez de aquecerem,
magoam.
E mais do que isto
É Jesus Cristo
Que não sabia nada de computação
Nem consta que tivesse Internet.
Posto isto, o desafio que se segue é:
- escolham um poema em língua portuguesa, de autor/a conhecido/a (preferencialmente)
- ajavardem a versão original
- publiquem-na nos vossos blogues e venham cá avisar, sff
- rezem para não terem pesadelos causados pelos fantasmas dos falecidos autores (se é que já finaram, claro) ou para que os autores vivos não vos metam um processo por heresia intelectual-literária.
- Acima de tudo, divirtam-se!