De minha autoria enquanto apanhava mais uma seca de 2 horas e meia:
Cabeças pensantes, ornadas com fios de ouro, de cobre, longos, curtos, mareados. Cobrem conhecimento capaz de colmatar cataclismos caseiros. Meneiam-se para trás e para a frente, para a esquerda e para a direita, comandadas por pares de olhos que escondem receios e anseios, próprios e de terceiros. Sentem os minutos rapidamente a fluir, o vento a soprar, cabeças lentamente a esvaziarem-se de russos em Guimarães, operários moscovitas insurrectos, Humberto Delgado, Oliveira Salazar e João Porto em foco, um Estado Novo que velho se tornou, América e China e os direitos humanos à baila.
De tudo isto se enchem páginas e folhas manuscritas, rasuradas, cheias de azul e preto, que irão ditar o futuro dos portugueses, o dos escritores e o de todos nós.