A malta da minha geração teve uns pais que lhes incutiram que ter um canudo é que era bom e prestigiante e que sem curso superior não se ia a lado nenhum.
Eu não fujo a esta regra. Mas, apesar de o ter em metade da área disciplinar desejada, confronto-me com a minha própria ignorância quando oiço certos familiares meus a referirem-se a autores que eu deveria ter lido, que eu deveria ter conseguido ler, que - era esperado - eu soubesse analisar em termos literários, que eu gostasse e fosse fã e os citasse a torto e a direito. Ora, eu raramente recorro a estas pessoas da literatura nem leio o Jornal de Letras (quiseram oferecer-me uma assinatura anual deste, mas eu teria que pagar cerca de 16 euros de 4 em 4 meses - que raio de oferta!), apesar de gostar de citações! Citações essas acerca das quais escreverei brevemente.
Pois hoje confesso, por este meio, que, apesar de todas (3 ou 4) as tentativas para ler Ulisses, nunca consegui tal proeza. Olhar para aquele grosso conjunto de páginas simplesmente assusta-me. E não é por isso que me sinto mais infeliz ou menos culta.