Depois de andar a turistar pela Holanda durante 4 dias e meio, viagens de carro para entrar e sair do país incluídas, saí de lá ainda mais hipnotizada do que antes de lá chegar. Eu encantei-me com a segurança das auto-estradas, o respeito pela sinaléctica, a hospitalidade hoteleira, a paisagem plana a variar entre mar, lagos e campos, as casas pequenas, a comida farta e saborosa (apesar de caríssima) do hotel, o mobiliário minimalista, as pequenas vilas turísticas floridas, o colorido das zonas rurais, a simpatia e a prestabilidade das gentes de Amsterdão, o ambiente relaxado dum bar de hotel em Roterdão, com as bicicletas e com uma frota automóvel invejável, as ruas estreitas e obscuras a convidarem a passeios nocturnos, a altura deles e delas, os queijos e os mexilhões...e sei lá que mais.
E hoje comecei a ler o tal livro - que terminarei ainda hoje ou amanhã - que vem desmistificar completamente esta minha imagem ingénua dum povo que eu sabia de antemão ser bastante diferente de nós.
"Com os Holandeses", escrito por quem lá reside e publicado em 2009, apresenta-os como pouco calorosos (mesmo com a família), distantes, arrogantes, fanáticos pela organização, muito pouco transparentes, racistas e intolerantes perante o inesperado, calculistas e interesseiros, amáveis e generosos só quando sabem que irão conseguir obter contrapartidas.
Por outro lado, e muito resumidamente, também os mostra como pessoas trabalhadoras, cumpridoras dos seus deveres profissionais e fiscais, zelosas do bem comum, cientes dos seus direitos, reivindicativas, solenes, formais e tristonhas. Segundo o autor, falta-lhes uma certa "alegria de viver".
Tenho mesmo que lá voltar e olhá-los com outros olhos!