Pronto. Já disse. Não custou dizê-lo, mas custou fazê-lo, confesso.
Estava farta do ram-ram diário a que me submetia de manhã e ao final do dia, enclausurada num espaço minguo. Dizia a mim mesma que já não era a mesma coisa, mas custava libertar-me daquilo que me acompanhou durante tantos anos, daquilo que me fez rir e deu prazer durante longas e imensas horas, centenas de dias. Mas ia moendo, fartando, saturando. Todos os dias as mesmas vozes, as mesmas piadas, os mesmos sons; tudo muito previsível.
Desde que mudei de casa, mudei também de rádio.
Sim, deixei de ser ouvinte da Antena 3 para ser admiradora confessa da equipa das manhãs da Rádio Comercial e só tenho pena de não poder ver ao vivo o que oiço durante 30 minutos todas as manhãs durante a semana. Quando entro no carro, anseio mesmo por saber que dia é hoje, por ouvir as gargalhadas da Vanda, as músicas do Vasco, as idiotices do Nuno e aperceber-me daquela cumplicidade radiofónica. Têm que ser gente mesmo muito bem disposta para conseguir a minha atenção àquela hora da madrugada e fazer-me dar gargalhadas, sozinha, enquanto conduzo a viatura!
(Digam lá que não vos enganei! :P...ou se calhar não, sei lá eu...)