Eu sei que as pessoas têm que trabalhar, por muito ingrato e desmotivante que seja a profissão. Eu sei que estão a ser pagos para contactar eventuais clientes e publicitar o excelente serviço fornecido pela empresa em questão. Eu sei que possivelmente, ao longo do dia, terão que falar com pessoas mais mal-educadas do que eu. Eu sei que provavelmente até falarão com pessoas mais bem educadas do que eu. Mas continuo a achar que são surdos, pois eu já lhes disse, muitas vezes, que nesta casa ninguém quer ter mais contratos com a fantástica empresa. E no entanto, insistem todas as semanas em ligar e falar com o mais-que-tudo. Ora, neste momento, o telefone fixo nem sequer está em nome dele. Já esteve e já não o temos. No entanto, eu é que tenho que aturar os gajos. Mais vale não ficar em casa. Ultimamente tenho optado pela seguinte estratégia, que excepcionei hoje, há poucos minutos: oiço o telefone a tocar, levanto o dito cujo, oiço um click, eles dão-me música, passado um segundo, desligo.
Hoje atendi. Uma pessoa que se identificou, bem educadinho, voz de pessoa jovem, patati patatá, às tantas pergunta porque é que não estamos interessados neles. Vou eu a meio do meu discurso e não é que o gajo desliga? Mal-educado do caraças! Não sabe o que perde em não ter continuado a ouvir a minha voz doce e meiga!