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domingo, 27 de novembro de 2011
Conto de Natal - III
Passados 5 anos, acho o mesmo e vou tentar e ver o que sairá daqui.
A Dª Dina e o Sr. Diamantino tinham um fraquinho por pedras preciosas e um gostinho especial por diamantes. Ele tinha-lhe já oferecido várias jóias com diamantes incrustados: colares, anéis, broches, ganchos de cabelo...enfim, uma panóplia de joalheria de fazer inveja a qualquer rainha. Ela, por sua vez, também lhe tinha oferecido um cinto com fivela personalizada com a letra D formada por diamantes e uma caneta de tinta permanente, caríssima para o comum dos mortais, mas que a ela não tinha feito grande mossa na carteira, caneta essa decorada com uma finíssima e elegantérrima linha de diamantes à volta da tampa e, mais uma vez, a inicial dos seus nomes no topo da tampa.
Ora, aproximava-se Dezembro a passos largos e estavam ambos com o problema do costume: como serem originais e presentearem a cara-metade com mais uma surpresa de fazer cair o queixo.
Em dias diferentes, e sem que o outro soubesse, dirigiram-se ambos à elitista joalheria D.&D.. Ele optou por um relógio de pulso com bracelete prateada, onde mais uma vez, a letra D sobressaía a diamantes. Ela optou por um relógio de bolso, com corrente, à moda antiga, onde mandou gravar o detalhe do costume.
Chegou o grande dia D. Nessa manhã, ainda antes dos convivas chegarem para o almoço farto e prolongado, típico daquele lar de gente extravagante, trocaram as prendinhas que ambos gostariam que o outro usasse e exibisse perante os convidados.
Azar do caraças! Quando ambos tentavam colocar as respectivas prendas nos sítios para que foram feitos, a cadela, Diamantina de sua graça, e o cão, Dino, entraram em algazarra pela sala dentro, partiram algumas loiças decorativas, escorregaram nas alcatifas e tapetes, enlamearam o chão com as suas patadas de cães brincalhões e chocaram com os donos, postados um em frente ao outro, ambos em frente à janela da sala. Ora, esta janela tinha a infeliz particularidade de se situar por cima duma tampa de esgoto a céu aberto. Assunto nunca resolvido pelos gabinetes camarários, pois, não estando à vista, não incomodava ninguém, dizia-se à boca cheia. Ora, esta janela calhou de estar aberta nessa manhã solarenga.
Adivinhem quem teve uma manhã natalícia um bocadinho mais triste a ver o seu dinheiro a voar por ali abaixo...
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