Ora aqui está mais um livro de 467 páginas que desviou durante horas e horas seguidas, desde sexta à noite, a minha atenção de outras actividades de fim-de-semana, e que recomendo, mesmo para quem não goste de romances.
Sendo romance, não esquecer que há muita ficção por trás, mas há também um pano de fundo bem real, a Lisboa da década de 40 do século passado, cidade vibrante e aparentemente neutral, acolhedora de personagens oriundas das mais diversas origens, principalmente europeias, que co-existiam em plena II Guerra Mundial. Enquanto o presidente do Conselho de Estado dormia, e dizia-se que dormia muito pouco, imensas jogadas de espiões e espias eram levadas a cabo por políticos, taxistas, diplomatas, empregadas de limpeza, coristas, tipógrafos, pescadores, donos de hotéis, empregados de casinos, entre outros. É com esta amálgama de personagens que Gonçalo Amaral, autor português na casa dos 40, a residir actualmente em Lisboa, me fez momentaneamente recordar do pouco de História de Portugal do século XX que aprendi nos compêndios de há 25 anos atrás.
Para quem gosta de histórias de espionagem, onde não há recurso a GPSs nem guerras transmitidas ao vivo, apenas muita informação e contra-informação passada de boca em boca a um ritmo algo lento, próprio da época retratada.
Para quem gosta de histórias de espionagem, onde não há recurso a GPSs nem guerras transmitidas ao vivo, apenas muita informação e contra-informação passada de boca em boca a um ritmo algo lento, próprio da época retratada.