Sou perita em cometer gaffes verbais. E a coisa tende a piorar à medida que os dias e anos vão passando.
Não é que ontem perguntei à minha amiga de infância - aquela que conheço desde os 3 anos, aquela com quem passava os finais dos nossos dias de escola primária, aquela em cuja garagem tanto dancei agarradinha a alguém do sexo oposto, aquela que, com 13 anos, viu a mãe falecer num acidente de viação - o seguinte: "Quem é que tens aqui?". Menos de um segundo depois da pergunta feita, deu-me um click, fez-se luz, de tal modo que em voz alta chamei-me estúpida. Então se eu estava ali pela mesma razão que ela estava, havia necessidade de ter verbalizado tal idiotice?
O que vale é que ela continua a ser boa moça e aparentemente perdoou-me. No próximo sábado vamos enfardar pastéis de nata no café onde (não) passámos horas a estudar, durante o secundário.