Acabei hoje de ler um livro, pela primeira vez, que pensava ter lido antes de ter feito vinte anos. O tal livro que um desconhecido enviou após eu lhe ter enviado um das minhas preferências. Acontece que quando comecei a ler (pensava eu, a re-ler), não reconheci nada do que lia: nem nomes de personagens, nem lugares, nem sequência de acontecimentos, nem descrições, nada de nada. Ao contrário da última sugestão de leitura que não consegui levar a bom porto, também devido ao seu tamanho, este livro foi lido até ao fim.
Fala sobre amor, um amor genuíno que, apesar de um interregno conjugal que durou perto de 50 anos e de muitas experiências de vida, foi retomado num barco, onde duas pessoas idosas, carcomidas pelo tempo, finalmente deixaram de ter receio das restrições familiares e sociais e até pessoais. Amaram-se até ao fim, rodeados pela cólera e por costumes que hoje não lembram ao diabo.
Depois disto, deu-me vontade de escrever a minha própria versão, espelho de início de século XXI. Antes ainda tenho que devolver o livro ao dono.