Para onde partimos bem cedo, de Versalhes, de autocarro e de metro. Eu, incompetente geográfica, aqui admito que seria incapaz de fazer o que fiz se não tivesse a companhia do MQT a orientar-nos e a dar-nos a direcção correcta do metro. Não que fosse difícil, mas o meu medo de enfrentar o desconhecido imperou, levando-me a confiar a 100% nas suas indicações, mesmo que por vezes também ele se sentisse algo perdido. Mas não tem nada que saber, só há que ler os nomes das paragens, entrar e descer a escadaria correcta e virar à esquerda quando tivermos que virar à esquerda. E à direita, quando for o caso.
Nunca andei tanto de metro como nesse dia parisiense. E tive medo. Medo de encontrar certos indivíduos à noite, no metro, pois lembrava-me de todos os filmes e livros que retratam episódios passados debaixo da superfície. Da Torre Eiffel, com uma paisagem citadina a perder de vista dos telhados parisienses, ao Trocadero e ao Arco do Triunfo, passeando e almoçando nos Campos Elíseos, novamente de metro até à Praça da Concórdia e ao Obelisco roubado aos egípcios, caminhando pelos Jardins das Tulherias, onde nos cruzámos com o sinistro homem das pombas que fez questão de as ver debicar nos meus braços e daí dar um pulinho ao Louvre, para depois deambularmos ao longo das margens do Sena enquanto observávamos as pinturas coladas no muro com fita adesiva e os barcos, até Notre-Dame, onde o Corcunda se entretinha a meter-se com os espectadores e turistas, dando-lhes a mão sem que se apercebessem (uma espécie de apanhados ao vivo, hilariante), voltarmos ligeiramente atrás e assistirmos a um jogo de voleibol de praia em plena cidade e de seguida apanharmos novamente o metro para ir até ao Sagrado Coração, donde saímos após devorarmos um daqueles hot dogs nojentos de rua que nos saciou a fome vespertina, para chegar ao Pigalle e ver o miúdo embasbacado com tantas sex shop e a repetir, qual papagaio, "eu quero ir ao Moulin Rouge" e daí, completamente estoirados, apanharmos o metro, na estação Hotel de Ville, de volta a Versalhes onde, antes de jantar, ainda beberiquei um Starbuck enquanto esperávamos pelo autocarro, cuja condutora nos deu uma borla, possivelmente por sermos estrangeiros e os primeiros a apanhar o autocarro que dava a última volta do dia. Cansativo, deveras. E estas são só as primeiras e aligeiradas recordações duma cidade riquíssima, de que pouco vimos. Não consigo escolher uma foto das 133 que tirámos no dia em questão. E tanto ficou por fazer!