Depois de confirmada a existência da nova bola naquele universo infinito, usaram o Olho para vislumbrar ao pormenor e verificar se valia a pena a visita. O ar parecia-lhes heterogéneo: umas manchas espessas brancas em certos locais, uns pontos verdes grandes e outros mais pequenos aqui e ali, concentrações de luzes, uma grande mancha azul-acizentada entre áreas mais acastanhadas, separada por zonas mais claras.
Feito o zoom com a função adequada, focaram-se numa zona mais limitada, uma espécie de quadrilátero, aparentemente preso a uma área mais vasta, por uma cadeia mais elevada, que se estendia para a esquerda. Aquele cantinho mais à direita servir-lhes-ia de amostra, contudo.
Sabiam que a sua capacidade da invisibilidade não iria perturbar o que quer que por lá se passasse, se é que se passava alguma coisa ou sequer se haveria vida. Limitar-se-iam a observar, nunca a estabelecer qualquer tipo de contacto. Esse ficaria, eventualmente, para mais tarde. Nem a alterar o que lhes desagradasse.
Algo que lhes chamou logo a atenção foi uma quantidade enorme de seres, objectos, coisas que não sabiam nomear, de formas diversas, coloridas, que se deslocavam a velocidades diferentes, uns com membros redondos acoplados a uma estrutura que parecia ser de metal; outros com membros longos, aos pares, pendentes que pareciam ser o que lhes permitia deslocar-se; ainda outros com quatro membros pousados no terreno, de cabeça baixa; e outros que voavam, uns pequenos, uns grandes, uma espécie de naves. Tudo muito diverso, muito colorido e a agitação destes seres vivos aumentava ou diminuía consoante a zona para a qual se olhava.
Se conflitos e desavenças houvesse nesta pequena bola, na zona de observação selecionada, estavam bem dissimulados. E certamente que o resto da bola não seria muito diferente deste canto geográfico. Tudo muito pacífico!
E no entanto...
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Olha, apetece-me moderar outra vez! Rais' partam lá isto!
P.S.: Não sou responsável por aquelas letrinhas e números enfadonhos que pedem aos robots que cá vêem ler-nos.