Habitualmente não escrevo conteúdos sérios, profundos ou polémicos que deêm azo a grandes discussões. O blog nunca pretendeu ensinar nada a ninguém, nem informar, nem influenciar - é apenas o meu cantinho de escrita de desabafos, dúvidas, palermices, provocações, indirectas dirigidas a um ou dois comentadores; cantinho que espero que seja lido de fio a pavio pelo petiz que sabe da sua existência, mas a quem neste momento estas coisas de leitura e escrita em blogues não interessam. Penso que não chateio ninguém nem ninguém me chateia a sério. Tudo muito pacífico, portanto...
Mas sinto que preciso de botar cá para fora palavras sentidas, sinceras, de revolta e consternação pelo que aconteceu ontem. Não é para dizer coisas que já não tenham sido ditas e repetidas por outros, não. É mesmo uma necessidade minha de exprimir o que penso e sinto. Continua a ler quem quer. Quem não quiser sentir-se entediado que passe à frente.
Sim, foi um atentado à liberdade de expressão, liberdade de expressão esta em particular que sempre se pautou por ser satírica e ofensiva para com diversas crenças e religiões, estados e politiquices, indivíduos e instituições.
Sim, quem se sente ofendido tem todo o direito a usar da sua liberdade de expressão para mostrar o seu desagrado.
Sim, foi um atentado às vidas humanas dos envolvidos e dos seus familiares e amigos e colegas de trabalho. Não consigo sequer imaginar como se sentem, se choram, se berram, se pensam em retaliar, se questionam os porquês, se, se, se...
Sim, é uma situação que só vai agravar o relacionamento entre raças num país multiracial e xenófobo. Quem sabe se não é o início duma guerra física entre continentes...
Mas nada disto, nenhuma das razões, justifica a mortandade bárbara deliberadamente planeada por pessoas que atentaram contra os seus iguais. A minha ingenuidade não me permite compreender algo que nem no reino animal acontece, a não ser por razões de sobrevivência, fome ou defesa imediata. Não entendo como é que seres humanos são capazes de matar outros seres humanos. E esta minha ingenuidade é válida para todas as situações de homicídio.
Pronto, é isto, bem ou mal expressado. Não é que me sinta melhor, mais feliz ou aliviada. Mas precisava de desopilar. Vocês sabem...
E se for em legítima defesa, já aceitas que seres humanos matem outros seres humanos?
ResponderEliminarAcho que sim, aceito e esta não é uma resposta de ânimo leve: na eventualidade de me sentir ameaçada de morte, ou os meus mais próximos, aceito. Se a minha casa for assaltada e um dos elementos ver uma arma apontada ao coração, não deverei defender esse elemento da maneira que souber, puder?
Eliminar*ver=vir
Eliminar"E se for em legítima defesa, já aceitas que seres humanos matem outros seres humanos?" Francamente, Mana não tens sorte nenhuma com algumas comentadeiras. Foda-se lá para o caralho...
EliminarOlha, nem com o Mano tenho sorte, quanto mais com as comentadoras :P
EliminarComo de costume não me fiz entender. Concordo contigo em absoluto, irra...
ResponderEliminarEu percebi, pah!! Mas continuo a achar que não tenho sorte nenhuma com o Mano arranjado :P
EliminarMeaning?
ResponderEliminarOra, podias ser tão ajuízado quanto eu, logo eu seria mais sortuda :)
Eliminaros extremismos, os sentimentos xenófobos, as politicas de integração, as politicas de aceitação, e outras coisas mais são realidades a consumirem-se simultaneamente, à espera de ver qual delas é que vai ganhar "este jogo"! É que o mundo começa a agir como se estivéssemos num brinquedo tecnológico, onde alguém clica furiosamente para ganhar pontos e acumular estatuto na irmandade!!!
ResponderEliminardesabafos, não sei onde vamos parar (além do destino óbvio de todos, independentemente das crenças), mas é verdade que há momentos em que o mundo é um local muito feio para viver.
EliminarSaio do meu silêncio para concordar contigo.
ResponderEliminarMas também para acrescentar que esta gente, melhor esta religião, está apenas cerca de 450 anos atrasada em relação à católica, já que esta iniciou a importante reforma da separação do estado no concílio de Trento, entre 1545 e 1563. Contudo, a ver pelo tempo que a religião católica demorou a tratar do assunto, só resolvido no concílio do Vaticano II, entre 1962 e 1968, ou seja quatro séculos, mais coisa menos coisa, a humanidade ainda tem muito que penar...
Sim, quanto a este assunto, sou pessimista.
Sabes o que dizia o Marx, não sabes? Logo, como droga ideológica que é e seguida por milhões, a religião não é coisa boa, seja ela qual for!
EliminarDe tudo o que disseste (que concordo, atenção nada justifica a barbarie, MAS não ´basta colocar uma etiqueta de assassinos, era preciso tentar perceber o que move esta gente e não, não compro o argumento da "causa")...fiquei a pensar...em que "condições" seria eu capaz de tirar uma vida, e respondo-te: Há dias uma amiga minha ia matando um funciopnário de uma escola que foi apanhado a apalpar a filha dela ...menina de 4 ou 5 anos...não vou alongar-me...mas posso-te dizer: Se alguém tentasse algo do género com filha minha...não responderia por mim. TODOS temos um lado negro.
ResponderEliminarBom dia Pseudo:)
Exactamente, Suri, nessa situação em particular eu acho que tb seria capaz duma loucura de morte; é o tal argumento da "defesa", minha ou dos meus. Agora o que aconteceu não considero ter sido acto de defesa e sim de ataque bárbaro, cruel, psicopata de "carneirinhos" radicais intolerantes.
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