Os dois rapazolas reapareceram tal como desapareceram: inesperadamente e surprendentemente. O Zezinho, cabeludo e sebento, com o seu ar de matulão carregava uma mochila preta e trazia na mão um bastão que o ajudava no regresso a casa. O Ricardinho, com bom aspecto, sorridente, também tinha botado corpo e na verdade, estava com melhor aspecto do que o compincha.
Só no dia seguinte, quando os dois se reuniram no largo da igreja, a descoberto dos velhotes e das beatas que entretanto se foram aproximando, é que eles confirmaram o que a padeira, Dª Antónia, tinha segredado ajoelhada ao pároco da aldeia. O que ela não sabia, porque já sofria de surdez avançada, é que as suas confissões segredadas eram ouvidas na igreja por quem mais lá estivesse e foi assim que tudo se espalhou aos sete ventos.
Ora, quando desapareceram, os meninos Zezinho e Ricardinho tinham, um belo dia, acompanhado o Sr. Bonifácio, esposo da padeira desde há 37 anos, na sua carrinha, com a qual entregava diariamente o pão na aldeia e arredores. A partir daqui, e naquela madrugada, deram o salto para o mundo, deixando o seu mundo preocupadíssimo. O que durou pouco, pois semanas depois, chegou à aldeia um bando de forasteiros, homens e mulheres loiros, de tez clara, que fizeram as delícias da aldeola e esquecê-los dos petizes foragidos. Contaram eles, um ao outro e a quem mais se dispôs a ouvi-los, por onde tinham andado e o que tinham feito.
Depois de se terem separado, o Zezinho, mais arrojado, aventureiro e muito confiante nas suas capacidades de orientação e desenrascanço, apanhou boleia de um camionista, bastante simpático e prestável que, porque gostava de viajar acompanhado e não tinha medo de estranhos, lhe deu boleia até à longínqua Holanda. Começou por ajudar na plantação de papoilas e outras flores, até arranjar carcanhol suficiente para adquirir uma bicicleta catita, com a qual andou a percorrer as verdejantes planícies campestres. Mais tarde, e já alojado em Roterdão, onde chegou de bicicleta e donde partiu no porão dum navio de carga, de regresso à terrinha, ainda arranjou trabalho como carregador de paletes no Porto Velho. Lá, tinha conhecido velhos marinheiros e personagens algo suspeitas, com um sentido de honra bastante apurado. Contudo, um dia, sentiu saudades do pão português. E num impulso, abandonando a Duquesa, nome carinhosamente dado à bicla, refugiou-se num navio que iria chegar à Galiza uma semana após a partida. E foi deste modo, após atracar em terras galegas, que depois deu o salto até Vila Praia de Âncora e de seguida para casa.
Loooool :-D
ResponderEliminarTou mesmo a ver o Zezinho enroscado com um camionista sebento :-P
Agora é que o gajo não volta... ou apenas o faz para te ir ao gasganete :-)
Aposto mais na 2ª opção.
ResponderEliminarE tu não sabes o que te espera...e nem eu, por enquanto...heh
Tanananannn!!!
ResponderEliminarAguardaremos pelo próximo episódio...
Mammy, tenho que pensar bem por onde é que o Ricardinho andou...para que não fique só um a rir-se :)
ResponderEliminarAinda tenho de ler a 1a parte.......aquele outro post é gigantesco :o
ResponderEliminarPusinko, o que te chamas de 1ª parte são 5 ou 6 que juntei numa gigantesca. Aquilo foi escrito (e copiado de) num outro blogue meu, em alturas diferentes. :)
ResponderEliminarE sim, é gigantesco, mas não ultrapassa os livros que lês :P
Ai o caralhinho...
ResponderEliminarMano, o que te apoquenta? Pensaste que não serias metido à força nesta historieta, foi? :) Vocês os três frim um excelente trio de "nonsense", logo não te admires :P
ResponderEliminarfariam*
ResponderEliminarQue será que acontece ao gajinho??? hummmm, vem lá coisa !!!
ResponderEliminarAC, pretendo 2 coisas:
ResponderEliminar1) que isto seja como as obras de Mafra;
2) relatar o que aconteceu aos 3 rapazolas :)