O dia começou muito bem: dei um pulo do sofá, assarapantada por serem oito e dez, sem que o despertador digital tocasse, e eu ainda de galho ferrado, ao contrário do mini-me que já tinha dado a primeira mija do dia e estava a brincar com o telemóvel sem cartão, ainda na cama. Não tomei banho antes de sair de casa, logo ninguém chegou atrasado à escola. Com os jeans usados no dia anterior e a primeira camisa que me apareceu no roupeiro, fiz-me ao dia com uma vontade tremenda de gastar dinheiro e assim o fiz: entre outros itens, comprei donuts a metade do preço; metade já voaram. Já passava das dez da manhã quando finalmente me banhei por inteiro. Após este momento íntimo de higiene, sentei-me ao PC para ler as notícias do dia, os meus blogues giros e o correio electrónico institucional, não necessariamente por esta ordem. Nada de jeito, a não ser umas certas cenas de casamentos, dedicadas à noiva mordaz cujo nome não mencionarei pois toda a gente gira sabe a quem me refiro. Ainda sentada ao PC, ultimei as actividades vespertinas, a desenvolver com as clientes habituais que primam por uma assiduidade intermitente, apesar de teoricamente ser semanal. Enquanto viajava a 130 km por hora, conversava com o mais-que-tudo sobre crucigramas. Por volta das 17:30, o mini-me foi a uma consulta de otorrinolaringologia, durante a qual se divertiu com o médico e os seus diversos diapasões (se eu lesse isto noutro lado qualquer, seria assoberbada por pensamentos macabros e de muito mau gosto), médico que tem uma assistente chata que diz aos miúdos para não mexerem em nada, ao contrário do médico que parece gostar de miúdos curiosos, vulgo, mexeriqueiros. Após gastar uma pipa de massa na farmácia num vaporizador que faz sangrar ainda mais, deliciámo-nos com uns bifinhos de atum grelhados. Ainda tenho que descobrir outras formas de os cozinhar. E daqui a pouco, a partir das nove e trinta, o rapaz terá cerca de uma hora de liberdade para destruir a casa enquanto se visiona atentamente o último episódio dum dos meus vícios nocturnos.
E pronto, já há muitas semanas que não tinha uma quarta-feira tão relaxante. Foi um dia bom.
A pergunta que se impõe: mas tu não trabalhas?!
ResponderEliminarOra diz lá o que entendes por "actividades vespertinas" e "Enquanto viajava a 130 km por hora"...
ResponderEliminarSei lá, estavas atrasada para o lanche? :-P
ResponderEliminar(eu associo véspera a fim da tarde/noite. Podia dar-te uma seca etimológica, mas tenho mais que coçar a micose: http://priberam.sapo.pt/dlpo/Default.aspx?pal=vespertina )
Cheguei a tempo e horas, tal como é meu apanágio, às minhas actividades vespertinas das quartas-feiras, ainda depois de ter dialogado gentilmente com dois polícias fardados, simpáticos e de óculos de sol que, sorrindo para mim, me aconselharam a não estacionar numa determinada rua de sentido único.
ResponderEliminarPor acaso devia ter mencionado este momento ali em cima! Falha grande!