quinta-feira, 4 de maio de 2017

Um verdadeiro desafio é...

...ter um adolescente em casa. Falo da minha experiência, pois só tenho um. Mas às vezes invejo aqueles progenitores que tiveram e têm tido a coragem e as condições necessárias para procriar, educar, enfrentar (e outras coisas terminadas em -ar) mais do que um. A sério que invejo. Mas não vou por aí e dizer o porquê desta invejinha egoísta.

Adiante...
Todos os dias é necessária força mental para resistir às suas tentativas de suborno emocional. Eles sabem... ou melhor, o meu sabe como passar a perna à malta adulta cá de casa, menos à mãe que é teimosa como uma mula e mais ao pai que, às vezes, até é porreiro e o rapaz lá leva a dele avante. Ele estica a corda, ele alcança os limites que lhe impomos e gosta, como é natural, de fazer prevalecer as suas ideias e vontades. Nem sempre ganha, nem sempre ganhamos nós. Tem havido cedências de parte a parte.
Considero que até à data temos tido sorte com a nossa cria, que é saudável a todos os níveis e tem ideias bem definidas sobre certas tentações juvenis, tais como fumar, beber, tatuagens e tempo passado em frente a ecrãs (esta é uma luta diária inglória, confesso). Assim se mantenha por muitos e bons anos.
Tem os seus defeitos (é o meu espelho, no que toca a certos aspectos de personalidade) e as suas qualidades (é o espelho do pai no que toca a certas características de personalidade). Contudo, todos os dias há necessidade (ainda) de lhe dizer as mesmíssimas coisas que andamos a repetir há anos. E todos os dias o rapaz comete as mesmas "infrações caseiras", pequenas coisas irrelevantes que, contudo, são passíveis de despoletar uma verdadeira guerra de palavras doméstica, a maior parte das vezes entre mim e ele. Acabamos os dois cada um para o seu lado e passado um bocado, às vezes da noite para o dia, a coisa lá volta ao normal.
Uma das suas características é a distração, tão comum a tantos da mesma idade. Mas não a distração escolar, essa é quase inexistente. É mesmo a distração em coisas do dia-a-dia. Hoje por volta das 8:30 da manhã, telefonou-me do telemóvel duma colega a dizer que, para não chegar atrasado ao autocarro , se tinha trancado fora de casa com a chave e com o "preto" (vulgo, telemóvel nokia pré-histórico da mãe que só dá para fazer e receber chamadas e mensagens e serve em caso de emergências de equipamento) lá dentro. Pergunto como é que é possível uma pessoa trancar-se fora de casa. A sério! Especialmente quando eu, antes de sair, fiz questão, como é habitual, de lhe recordar de tudo o que ele necessita e que habitualmente leva nos bolsos.
Enfim, às vezes parece que quanto mais falo e relembro certas coisas, é quando acontece exactamente tudo ao contrário.

4 comentários:

  1. Por aqui também é assim. E, da minha experiência profissional, devo dizer-te que com elas é bem pior...para já só tenho uma nessa fase. Imagina daqui a um anito...

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    1. Maria, partilho precisamente dessa ideia: eu também vejo as raparigas a serem mais esquisitinhas, mais refilonas do que os rapazes no meu dia-a-dia. Mais reivindicativas...

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  2. Devia ser proibido alardear esses problemas da adolescência ;) Só de pensar nos meus dias agora com um puto completamente desafinado em tudo o que é social e em muitas outras coisas, um puto que me leva ao extremo do cansaço cada vez que lhe mudamos uma rotina, quando penso no que a adolescência me trará até estremeço.
    E já nem falo da miúda, que apesar de totó pelo menos é responsável mas é rapariga...

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  3. Be, de certezaabsoluta que, quando vocês chegarem a essa fase, vais continuar a achar graça, e a partilhar connosco, com imensa graciosidade, esses episódios caricatos que acontecem com as tuas crias. :)

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Olha, apetece-me moderar outra vez! Rais' partam lá isto!

P.S.: Não sou responsável por aquelas letrinhas e números enfadonhos que pedem aos robots que cá vêem ler-nos.

Pronto, tá bem! Mas eu já nem reconheço as entranhas disto!

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