sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

27º

Os seus cinco sentidos diziam-lhe para continuar alerta o mais tempo possível, enquanto permanecesse naquela localidade do norte. A morte parecia rondar a vizinhança, o que se confirmava pelos 3 assassinatos ocorridos nas duas últimas semanas, sob o negrume das noites. Nem a voz do polícia que fazia a ronda nocturna e o seu eco o deixavam mais sossegado perante o que já tinha sido amplamente noticiado.
Os corpos eram deixados nos degraus duma soleira dum qualquer café, com as suas formas carnudas, redondas e desnudadas totalmente visíveis. Sexo parecia ser o móbil do crime. As vítimas, todas elas do sexo masculino, apresentavam arranhões no peito, marcas vermelhas nos pulsos e escoriações nas costas e nas nádegas. O corpo de cada uma das vítimas, espelho de atrocidades homossexuais, era também a tela de pele nua onde o violador decalcava com marcador a sua marca: o desenho de uma mão grande, com dedos longos, capaz de gestos íntimos e assassinos. A audácia deste ser não terminava aqui. A roupa dos alvos a quem tirava a vida era cuidadosamente colocada ao lado destes, em retalhos, com uma pedra por cima. Não havia quaisquer vestígios de sangue nem nas vítimas nem nas suas roupas. Sabia-se apenas uma coisa: ele atacava quando as noites eram invadidas pela água que jorrava torrencialmente já há um mês. E hoje era uma dessas noites e a sua casa parecia-lhe tão longe…

4 comentários:

  1. Não é de admirar a adesão ...

    Estás em grande "produção".
    Gostei de te ler.

    Vamos lá a mais um ano, trouxe na mala boa vontade, paciência e as garras de fora. (partilho contigo)

    Beijo para ti

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  2. Muito, mas mesmo muito bom!! Impressionado.

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  3. Mais uma vez obrigado Pseudo, a adesão é realmente estrondosa, continuo a receber textos...com jeitinho ainda vai ser publicado em livro :)))))

    Beijo grande

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  4. Já fiquei com vontade de voltar a ler policiais (há que tempos...).

    E, já agora que a introdução é muito boa, venha o resto da história!

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Olha, apetece-me moderar outra vez! Rais' partam lá isto!

P.S.: Não sou responsável por aquelas letrinhas e números enfadonhos que pedem aos robots que cá vêem ler-nos.

Pronto, tá bem! Mas eu já nem reconheço as entranhas disto!

Save water, drink wine! Ando muito ecologista! E estou viva! Ao contrário da outra que deu de frosques sem ai, nem ui! E tinha muita coisa p...