Ora aqui está mais um livro de 467 páginas que desviou durante horas e horas seguidas, desde sexta à noite, a minha atenção de outras actividades de fim-de-semana, e que recomendo, mesmo para quem não goste de romances. Sendo romance, não esquecer que há muita ficção por trás, mas há também um pano de fundo bem real, a Lisboa da década de 40 do século passado, cidade vibrante e aparentemente neutral, acolhedora de personagens oriundas das mais diversas origens, principalmente europeias, que co-existiam em plena II Guerra Mundial. Enquanto o presidente do Conselho de Estado dormia, e dizia-se que dormia muito pouco, imensas jogadas de espiões e espias eram levadas a cabo por políticos, taxistas, diplomatas, empregadas de limpeza, coristas, tipógrafos, pescadores, donos de hotéis, empregados de casinos, entre outros. É com esta amálgama de personagens que Gonçalo Amaral, autor português na casa dos 40, a residir actualmente em Lisboa, me fez momentaneamente recordar do pouco de História ...