domingo, 29 de setembro de 2013

Leitura da semana

 

Tenho um problema com as letrinhas amarelas desta capa. Mas não irá impedir-me de ler o conteúdo. Vejam lá se adivinham qual é o meu problema, tendo em conta que recentemente tinha lido um sobre os Holandeses. É fácil.

sábado, 28 de setembro de 2013

Dúvida escatológica (há quem diga que estes posts saem quando estou chateada com uma certa pessoa :P)

Estás na sanita a reflectir, reparas que o papel acabou, não o há no quarto-de-banho, mas na despensa, que fica longe como tudo, e não há mais ninguém em casa. O que fazes? Sujas os dedos ou sujas o trajecto até à despensa?

O meu novo telemóvel

O meu velho telemóvel, um Nokia Xpressmusic vermelho (qualquer benfiquista que se preze nunca compraria a versão azul), morreu afogado no fim-de-semana passado. Não caiu na sanita, apenas esteve exposto a um ambiente molhado dentro duma mochila há duas semanas e desde aí a coisa vinha-se deteriorando a olhos vistos.
Porque preciso mesmo de estar contactável 24/24 horas, demorei uma semana a decidir-me a comprar um novo. E porque sou da velha guarda (aos 41 anos de idade, uso pela primeira vez esta expressão pouco abonatória de minha mente infanto-juvenil) no que toca a gadgets e mariquices tecnológicas, comprei um brinquedo novo. Custou-me uma fortuna: €19,90! O meu novo Samsung faz chamadas, recebe chamadas, desperta-me e até serve para mandar SMSs, coisa nunca vista! Não dá para ouvir os meus Guns & Roses a tocarem "sweet child of mine" cada vez que me telefonam, nem para ouvir a família The Corrs quando recebo mensagens. Também tem calculadora, cronómetro e conversor: função "ccc". Chega e sobra para os meus gastos. Concordam ou discordam?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Eu também falo do tempo lá fora

Hoje choveu e trovejou.

Assunto sério: as eleições

Aconteceram ontem.
Números: 16 votantes, 16 votos, 0 votos nulos,  0 votos em branco, o candidato com mais votos obteve 4 e houve um empate a 3 votos para o cargo abaixo. Depois de segunda eleição para este cargo, a vencedora obteve-o com 9 votos, mais 2 do que a sua concorrente directa. 
E é tudo. Agora é ver se realmente cumprem bem o seu papel.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

117º

Onde andas?

O leitor mostra-se - 3

Desta vez temos o nosso "Joaquim Agostinho" da blogosfera, daquela que me acompanha assiduamente, a apreciar uma das belas paisagens costeiras do Atlântico e a tentar descobrir as Berlengas, bem lá ao fundo no horizonte.
Digamos que, se aquele selim pudesse falar, já teria perdido conta aos quilómetros percorridos com peso em cima.
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Não é para ser lido por pessoas chiques e sensíveis

No seguimento do anterior e porque o Leão questionou o meu conhecimento acerca de expressões sinónimas do acto de expelir os restos que o nosso organismo não aproveita, aqui vai a minha lista, que é curta:
  • arrear o calhau
  • atender a mãe-natureza
  • reflectir
  • mudar a água às azeitonas
  • mandar um fax

Estas e as outras três terminadas em "-ar", que omitirei por respeito a vossas excelências.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Das retretes e das sanitas

O JRC usou a palavra "retrete" a dada altura da minha leitura de fim-de-semana e logo uma luzinha se acendeu no meu cérebro e alguém vociferou logo "Retrete?? Mas já ninguém usa a retrete, quanto mais "retrete"!" E pus-me a pensar no assunto, aqueles meus típicos pensamentos de merda de quem não tem mais nada que fazer a um domingo à tarde.
Hoje já ninguém usa a palavra "retrete". É um vocábulo feio, tão feio quanto a substância que acolhe. Não é uma palavra chique, não é termo que pais modernos treinem os herdeiros a usarem. Até eu, neste preciso momento, penso duas vezes se devo usar a palavra "defecar" ou a outra em que estão a pensar. "Retrete" remete (-me) para um local sujo, velho, de aspecto antiquado, usado por gente com mau aspecto, que a minha avó nunca me recomendaria.  Temos vergonha quando nos vimos obrigados a usar uma retrete pública, onde assenta tudo e mais alguma coisa.
Já "sanita"...ahh, "sanita" é fino. É um local limpo, branco, onde se lê confortavelmente enquanto tratamos das necessidades fisiológicas. Não há problema em deixar a porta da casa-de-banho aberta e as pessoas espreitarem e verem uma sanita admiravelmente limpa, brilhante e até bem cheirosa! Uma sanita é um local agradável, localizado noutro local que até pode - e muitas vezes é - ser decorado com quadros. Por cima das sanitas cá de casa, há quadros pendurados. Não soa mal usar "sanita" numa qualquer conversa, pois não? Já "retrete"...

O que opinam vossas excelências sobre a temática?

O leitor mostra-se - 2

Desta vez, temos o nosso diabinho vermelho, que sem qualquer pudor, decidiu cruzar os bracinhos e mostrar-se o quão decidido é a aceitar prontamente desafios disparatados. Sem mais apresentações, até porque faz parte da mobília deste tasco... et voilá, acabadinho de chegar de terras de sua Majestade, o futuro Rei George...e um número em numeração romana, que me escapa.
Next, please!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O leitor mostra-se - 1

Inauguro então a rubrica antes publicitada, mostrando partes peludas do meu primeiro - e único, até agora - corajoso participante.
Acho que os óculos ajudam a disfarçar a pessoa, mas toda a gente reconhece aquela juba!

Venha o próximo, que isto não vai custar nada!

domingo, 22 de setembro de 2013

Apetece-me lá voltar só para contrariar o Senhor José R. de C.

Depois de andar a turistar pela Holanda durante 4 dias e meio, viagens de carro para entrar e sair do país incluídas, saí de lá ainda mais hipnotizada do que antes de lá chegar. Eu encantei-me com a segurança das auto-estradas, o respeito pela sinaléctica, a hospitalidade hoteleira, a paisagem plana a variar entre mar, lagos e campos, as casas pequenas, a comida farta e saborosa (apesar de caríssima) do hotel, o mobiliário minimalista, as pequenas vilas turísticas floridas, o colorido das zonas rurais, a simpatia e a prestabilidade das gentes de Amsterdão, o ambiente relaxado dum bar de hotel em Roterdão, com as bicicletas e com uma frota automóvel invejável, as ruas estreitas e obscuras a convidarem a passeios nocturnos, a altura deles e delas, os queijos e os mexilhões...e sei lá que mais.
E hoje comecei a ler o tal livro - que terminarei ainda hoje ou amanhã - que vem desmistificar completamente esta minha imagem ingénua dum povo que eu sabia de antemão ser bastante diferente de nós.
"Com os Holandeses", escrito por quem lá reside e publicado em 2009, apresenta-os como pouco calorosos (mesmo com a família), distantes, arrogantes, fanáticos pela organização, muito pouco transparentes, racistas e intolerantes perante o inesperado, calculistas e interesseiros, amáveis e generosos só quando sabem que irão conseguir obter contrapartidas.
Por outro lado, e muito resumidamente, também os mostra como pessoas trabalhadoras, cumpridoras dos seus deveres profissionais e fiscais, zelosas do bem comum, cientes dos seus direitos, reivindicativas, solenes, formais e tristonhas. Segundo o autor, falta-lhes uma certa "alegria de viver".
 
Tenho mesmo que lá voltar e olhá-los com outros olhos!
 

Dúvida literária

Gostaríamos mais ou menos de um determinado livro se este não nos tivesse sido aconselhado por alguém que até ouvimos de vez em quando? Os livros têm valor per si. Mas se forem aconselhados por fulano ou sicrano valem mais. 
Ou não?

sábado, 21 de setembro de 2013

O leitor mostra-se

Eu não tenho nada para oferecer a ninguém. Mas, repetindo a ideia de que quem me lê e comenta é gente de qualidade, com excelente sentido de humor contrário ao cinzentismo que o país atravessa, venho aqui pedir que os leitores, e SÓ os leitores, se mostrem da maneira que acharem conveniente, sem que daí resultem lesões de qualquer natureza. Sim, isso que estão a pensar: fotos dos cavalheiros, onde mostrem o dedo mindinho ou o sinal na ponta do nariz ou a coxa depilada ou a trunfa levantada ou a unhaca do dedo do pé ou o que muito bem vos apetecer. Desde que não seja o pénis. Desses já há praí muitos. Se os senhores estiverem interessados, arranjaremos maneira de comunicar. Nem que eu arranje um e-mail fictício só para a ocasião. E caso se atrevam, eu apresento-vos ao mundo à minha maneira.
Que acham?

Portugal é um país bonito

Portugal está um país feio. Por vários motivos. Mas hoje destaco apenas um.
Portugal está visualmente poluído, com ruas e rotundas e aldeias e cidades inteiras decoradas com outdoors de propaganda política. Os mesmos que os colocaram deveriam, após as eleições, retirar tudo, tudinho! Mas não. Eles vão esperar que venha um tufão e que limpe tudo pelos ares.

Eu sou muito ingénua, não sou?


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Eu tenho os melhores comentadores do mundo e maisalém

Eu boto posts de encher chouriços, eu teclo sobre coisas enigmáticas cujo significado só eu conheço, eu partilho algumas dúvidas e pensamentos parvos, eu falo maioritariamente sobre mim...e vossas excelências continuam com uma paciência de jó para manter o tasco de pé. Vocês são todos uns queridos! Sem excepções!
E não, não bebi nada alcoólico ao jantar. Isto é mesmo sentido! Bem hajam!

Não ando desaparecida

Simplesmente tenho aparecido mais noutros lados. Eu já volto.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

É assim que me sinto desde o início da tarde

Mas só porque mudei de casa e ainda não assimilei as regras novas, tal é a abundância de informação. Isto já passa.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sempre me questionei sobre o seguinte assunto

Sabem quando largam balões coloridos, cheios de hélio, ao ar, para celebrar qualquer coisa? Ontem depois de receber este video (da própria autora) da Noite Branca de Braga, no fim-de-semana passado, interroguei-me sobre o destino deles. Na vossa imaginação, até onde é que eles podem ir? Na minha imaginação, uns assentam arraiais em Marte, outros afundam-se nas crateras da lua, outros ainda viajam longas milhas universais, numa viagem sem fim e sem destino.

"Pseudo Maria, qual é o teu blog favorito, por agora?"

Adivinhem lá que resposta (séria) eu dei .

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Conhecem ou conheceram alguém com estes nomes próprios?

Retirados, por ordem alfabética, do "Prontuário Ortográfico e guia da língua portuguesa" e escolhidos apenas pela estranheza sonora e gráfica. Há mais, muitos mais...

A - Actório, Almáquio, Antoliano, ...
B - Balbo, Beldemónio, Boleu, ...
C - Calapez, Ciâneo, Clóvis, ...
D - Daurísio, Dióscoro, Dúlio, ...
E - Edviges, Elesbão, Epaminondas, ...
F - Faísca, Fiel, Filoteu, ...
G - Gaudémio, Gigélia, Guirardo, ...
H - Harpagão, Heliogábalo, Hipácio, ...
I - Iago, Inocente, Ireneu, ...
J - Jaselina, Judas, Justiniano, ...
K - ....
L - Lactâncio, Licurgo, Livónio, ...
M - Macriano, Mavílio, Milcíades, ...
N - Nabonassar, Nepomuceno, Numa, ...
O - Oblénio, Onésimo, Oto, ...
P - Pacoldo, Pélico, Porciúncula, ...
Q - Quartim, Quíncio, Quirísofo, ...
R - Radamanto, Rego, Restituto, ...
S - Sardanapalo, Sem, Sinfrónio,
T - Tasso, Teoclímeno, Trasíbulo, ...
U - Ulpiano, Urânia, Uriel, ...
V - Vendimiano, Vercingetorige, Vulcano, ...
W - ....
X - Xafredo, Xilandro, Xisutro, ...
Y - ....
Z - Zaluar, Zenóbio, Zúquete, ...

(Acho que não me enganei a copiá-los...)

A ver o que sai daqui...

Como é que eu me chamo, malta?

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O mundo é mesmo muito pequeno

Façamos de conta que o nome que consta do meu cartão de cidadão é ...sei lá, Felismina. 
(Isto é só para aqueles que me lêem e  que ainda não sabem o meu nome verdadeiro, e que certamente, a esta altura de vida do blog, devem contar-se pelos dedos duma mão.)

Façamos de conta que o que vou contar envolve um homem chamado...sei lá, Felisberto... e uma outra mulher chamada... Felizmina. (O que vou contar envolve duas mulheres que têm o mesmo nome, que soa igual, mas escreve-se com consoantes diferentes e que por sinal conheceram-se pessoalmente hoje.)

Há uns meses, regressava eu alegremente de Guimarães e toca o meu telelé. Sem largar as mãos do volante, reparo que a chamada é de alguém conhecido, com quem já não falo há algum tempo: o próprio Felisberto himself. O que me deixou bastante intrigada, pois foi um telefonema inesperado. Lá toco no botão do bluetooth e ele começa a perguntar-me o seguinte: "Então, Felismina, por onde andas? Lembras-te de que combinámos almoçar hoje?". Eu olho para a minha companhia do lado direito, começo a rir-me e respondo "Felisberto, eu acho que estás a falar com a Felismina errada. Nós não combinámos nada para o almoço." Ao qual ele responde: "Olha, deves estar a brincar, ainda falámos ontem deste almoço." E eu lá insisto, dizendo-lhe que eu não sou a Felismina que ele quer. Recordo-lhe quem sou e a conversa acaba com treta de circunstância entre colegas de profissão.
Passados nem dois minutos, lá toca novamente o telelé e eu ainda em viagem. Nem o deixo falar e ataco logo, reiterando: "Felisberto, tens os nomes ou os números trocados. Não é comigo que queres almoçar." Ele, coitado, confuso, ainda questiona:"Mas tens a certeza que não combinámos nada?", e então digo-lhe novamente que eu e ele já não falávamos há algum tempo, por isso não, não havia almoço um com o outro. E a coisa ficou por ali.

Hoje estava na amena cavaqueira, no meu novo local de trabalho, com outra colega nova na casa e que por sinal tem o meu nome. Conversa para aqui, conversa para acolá, chegámos à conclusão que tínhamos passado pela mesma escola, mas em anos diferentes, e que conhecíamos as mesmas pessoas. Começámos a trocar nomes de gente conhecida e eu refiro então o nome do Felisberto. Diz-me a colega que o conhece muito bem, que é muito amiga dele. De repente, dá-se-me um click e ocorre-me a conversa disparatada que tinha tido com o Felisberto, há uns meses, enquanto viajava, e pergunto-lhe: "Então, eras tu a outra Felizmina com quem o Felisberto ia almoçar naquele dia em que me telefonou por engano??" E lá lhe conto a história acima relatada e ela confirma que efectivamente, nesse dia, tinham ido almoçar ao BragaParque.
Isto há coisas que nem ao diabo lembram. Se, contudo, voltar a cruzar-me com o Felisberto, vou recordá-lo da Felismina que não era a Felizmina. Ai vou, vou.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Agora amuei!

24 horas passaram desde a publicação do último post re-editado e não há um único comentário. Um unicozinho! Nem à bigodaça da dita cuja! Não se faz!

domingo, 1 de setembro de 2013

Alguém transmontano - editado, porque acho que não lhe foi dado a devida importância, nem de minha parte nem dos leitores

Possivelmente alguns de vós terão já visto a foto desta senhora algures. Se não for o caso, aconselho a que lá vão, pois vale bem a viagem. E mais não digo, espero que seja algum de vós a dizer o resto que intencionalmente omiti...
Intencionalmente omiti o local de origem desta foto e quem é a senhora e passo agora a esclarecer.
Esta senhora é a Gabriela, matriarca falecida e dona original do Restaurante - Residêncial "A Gabriela", localizado na vila de Sendim, concelho de Miranda do Douro.
Há 16 anos, fui professora na  então EB 2/3 de Sendim. Depois do choque e lágrimas iniciais, causados pela distância em relação à "minha casa", pelos cerca de 280 Kms que teria que percorrer por estradas que hoje foram substituídas por IPs e ICs, com e sem portagens, que hoje se percorrem em menos 45 minutos do que nessa altura, e pelo facto de ter que ficar separada dos pais e namorado e amigos, estava pois na altura de ficar a conhecer a região.
Hoje digo, com todo e respeito e carinho pelos transmontanos que conheci, que, apesar da distância, foi um ano muito rico em conhecimentos, passeios e gastronomia. (Pois, eu não seria eu se não metesse comida aqui pelo meio). Durante os anos seguintes, já casada, fiz questão de lá voltar para passar fins-de-semana, se não em Sendim, em Miranda do do Douro. Aliás, o meu filho foi feito precisamente num destes fins-de-semana transmontanos, em pleno Junho. No nosso regresso a Portugal, fizémos questão de por lá passar e pernoitar na terra.
Mas voltando à "Gabriela"...
Inevitavelmente, quem anda por estas terras, de passagem ou com estadia prolongada, como foi o meu caso, tem que fazer refeições na "Gabriela". Este é um restaurante de prato único, não obstante os pratos que constam da ementa apresentada aos "turistas" que lá param. Das dezenas de vezes que lá fui, sempre acompanhada, comi somente a alheira caseira e a Posta à Gabriela, o melhor naco de carne de vitela à face da terra. Acompanhado dum molho cuja receita nunca me foi dada, apesar das minhas solicitações nesse ano, e dum pão caseiro, é de chorar por mais! Quem está responsável pelo restaurante, hoje em dia, são as duas netas da Gabriela original, esta que observam em cima, com o seu bigode e barbicha de bode que metem respeito, a que o meu filho achou imensa piada, duvidando mesmo que a pessoa retratada fosse mulher. Estas duas senhoras, ambas na casa dos cinquenta, pouco ou nada mudaram, no que toca ao atendimento a clientes. Não sendo sofisticadas e profissionais na área da Restauração, no trato com as pessoas, estão longe de serem mal educadas ou antipáticas. São rudes, apresentam aquela rudeza típica transmontana de quem é despachado, não está ali para fazer sala e quer é andar com a vida para a frente, no nosso caso, despachar os clientes para depois irem para a festa em Miranda do Douro. Obviamente, fiz questão de lhes recordar quem eu era, até porque tinha sido professora da Gabriela, a filha e sobrinha destas duas senhoras. O pai da aluna Gabriela, já naquela época funcionário na secretaria da escola, fez-nos companhia ao jantar e brindou-nos com a história "Os dois cangarejos desconfiados", narrada em Mirandês, e a pedido do petiz. A meio da leitura, ouvimos a mulher a berrar-lhe duas vezes, da cozinha: "Despacha-te que a comida está a arrefecer" e "Homem, olha o comer na mesa!". Se o primeiro berro foi delicadamente ignorado, já o segundo teve como reacção uma cara de mau e uma resposta torta, ali mesmo na nossa presença. Nada fora do normal, portanto.
Sendim é aquilo que o MQT chama de "terra de risco ao meio": uma terra atravessada por uma estrada nacional, ladeada por algumas casas de habitação e comércio, pela cooperativa e com um centro urbano construído em redor da igreja, a praça onde se ajuntam as gentes da terra e os seus filhos emigrantes em Agosto. A vila está a morrer. A população diminiu a olhos vistos e prova disso é o número decrescente de alunos na escola, que continua com o mesmo aspecto: menos de 100, quando há 16 anos, a comunidade discente era constituída por quase 300 alunos. Porque foi construído o IC5, paralelo à EN221, hoje já não há necessidade de percorrer os cerca de 46 km que separam Miranda do Douro e o Mogadouro, atravessando as localidades de Duas Igrejas, Sendim, Urrós, Sanhoane. Poupa-se em tempo e distância, mas, para quem vai visitar a zona esporadicamente, perde-se muito da identidade nordestina, pois apenas se avistam montes e terras secas. Quem lá vai, ou para lá vai, sabe ao que vai e desvia-se do IC5. O regresso a Braga durou duas horas e meia, menos 50 minutos do que há 16 anos, o que significa que a Posta da Gabriela está hoje mais acessível, e tão saborosa como antigamente.

Pronto, tá bem! Mas eu já nem reconheço as entranhas disto!

Save water, drink wine! Ando muito ecologista! E estou viva! Ao contrário da outra que deu de frosques sem ai, nem ui! E tinha muita coisa p...