Mudam-se os tempos, mudam-se os meios...
...de comunicação, neste caso. Era eu catraia e quando se aproximavam as férias escolares, ficava logo ansiosa porque ia perder o contacto com as minhas grandes amigas. Vai daí, não havia férias em que não houvesse troca diária de correspondência. Chagava a receber e a enviar 4 e 5 cartas por dia, algo semelhantes, a diferentes destinatárias, mas sempre enfeitadinhas com umas flores coloridas ou escritas em papel "à menina" personalizado. A caligrafia era cuidada e arredondada e eu tinha brio no que fazia: não podia haver rasuras nos meus segredos! Eu até sabia a que horas é que o correio passava e esperava-o atrás da porta de casa, ansiando por aqueles envelopes mágicos que escorregavam por debaixo da porta da humilde casinha dos meus pais. Quando o carteiro não trazia nada, era um dia menos alegre. Ainda hoje tenho guardadas a maior parte das cartas recebidas, deles e delas - mais delas, já que se recebesse carta de rapaz, havia interrogatório. Entretanto cresci, para cima ...