Divagações - não são para entender.
Apetece-me divagar. Sobre qualquer coisa. Até sobre o cheiro das flores, que neste momento abunda nesta casa e que já começa a incomodar, de tão intenso que é. A minha mãe adorava flores. Não havia uma semana sem que ela mudasse os arranjos cá de casa, sempre com flores diferentes, sempre com o seu toque muito pessoal e sempre com muito bom gosto. Durante muito tempo invejei-lhe tal talento artístico. Nunca o cultivei. Mas gosto, muito, de flores. E tenho saudades, muitas. ---- Hora e meia a conduzir, a deixar-me ir para sul à medida que acompanhava o céu a nublar-se, a pensar, enquanto ouvia o puto a tagarelar, que vai ser mais um fim-de-semana a voar. Já são 4 anos. É muito tempo, demasiado. Muito mais do que o que tinha sido planeado. E mais três, pelo menos, pela frente. Planos a longo prazo? Não há. Para quê? A vida prega-nos partidas inesperadas. Num abrir e fechar de olhos já cá não está ninguém que importe verdadeiramente. ---- Esqueço-me de pôr de lado as tampas das garrafas d...