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A mostrar mensagens de abril 21, 2011

Anti-poema

Eu gostava de gostar de poesia Daquela poesia que nos faz sonhar Amar, delirar, reflectir, interpretar As palavras ditas e as não ditas Mas eu não gosto de poesia Nunca gostei de ler e analisar versos Estrofes, rimas emparelhadas e truncadas Gostava de saber ler Rymbaud, Byron e Goethe Talvez até Camões, Pessoa e Neruda Gostava de me sentir enlevada por estes E as suas hipérboles de amor P or metáforas obscuras e fantasiosas Pelas sinestesias das borboletas silenciosas Que sobrevoam campos alentejanos A verdejarem ao calor dum sol ainda tímido Mas não gosto de poesia Não consigo ler quadras sem bocejar E com isto me vou embora Ler a minha prosa vagarosa Que me faz querer conhecer mundos Árabes e japoneses e até portugueses.

Ai que medo!

Aproximam-se dias turbulentos a nível familiar e social. Em 4 dias, vou andar para cima e para baixo 3 vezes, geograficamente limitada entre Braga e esta santa terrinha. Vou testar a minha capacidade de "receber" fora de casa, coisa que pouco me agrada quando é por obrigação. Vou ver pessoas que já não vejo há meses, familiares, com quem sinto que os laços estão lentamente a desaparecer. Vou vestir-me "à executiva" e andar de saltos altíssimos, coisa que raramente faço. Vou ansiar, vou ficar nervosa, vou sorrir e lacrimejar. E a minha avó vai deixar de ter um bisneto herege.