Os dois rapazolas reapareceram tal como desapareceram: inesperadamente e surprendentemente. O Zezinho, cabeludo e sebento, com o seu ar de matulão carregava uma mochila preta e trazia na mão um bastão que o ajudava no regresso a casa. O Ricardinho, com bom aspecto, sorridente, também tinha botado corpo e na verdade, estava com melhor aspecto do que o compincha. Só no dia seguinte, quando os dois se reuniram no largo da igreja, a descoberto dos velhotes e das beatas que entretanto se foram aproximando, é que eles confirmaram o que a padeira, Dª Antónia, tinha segredado ajoelhada ao pároco da aldeia. O que ela não sabia, porque já sofria de surdez avançada, é que as suas confissões segredadas eram ouvidas na igreja por quem mais lá estivesse e foi assim que tudo se espalhou aos sete ventos. Ora, quando desapareceram, os meninos Zezinho e Ricardinho tinham, um belo dia, acompanhado o Sr. Bonifácio, esposo da padeira desde há 37 anos, na sua carrinha, com a qual entregava diariamente o p...