Enquanto aluna num colégio religioso, até ao 9ºano, lembro-me de, durante as aulas de Moral supostamente passadas a ver filmes, eu e as minhas colegas passarmos o tempo a comer batatas fritas, pipocas e outras porcarias do género. Quando passei para a escola pública, chegava atrasada às aulas de Inglês do 11ºano, dadas ao último tempo da tarde, com um pastel bem escondidinho, (alternava as bolas de berlim com creme com os mil folhas), com que me deliciava quando o professor escrevia no quadro. Era impossível ele não reparar em mim e nos outros que faziam o mesmo. Nem por isso tirei más notas. Também não era excelente. Mas aquele pastel sabia-me bem melhor do que estar a ouvir algo que na altura não interessava nem ao menino jesus. Hoje estou do outro lado da barricada e apanhei um fulaninho a passar batatas fritas ao colega do lado. Pensei com os meus botões:"Onde é que eu já vi este filme?" A diferença é que estes dois tentaram fazê-lo antes das 10 da manhã. Haja estômago!
Para ti, para mim e para meia dúzia, uma dúzia, vá. Mas não para quem interessam esses contratos e interessam a muita gente. Quanto ao resto, resta-me dizer que tem andado tudo cego, alguns surdos e outros ainda mudos. Foram horrores cometidos nos últimos anos ao ensino. Público, claro, porque o outro não me interessa para nada.
ResponderEliminarTem uma boa noite Pseudo.
Ava, a mim interessam-me ambos, pois em ambos reconheço qualidades e defeitos. Contudo, nesta questão, se a proposta for avante (e espero que se concretize) acho-a muito correcta.
EliminarNão me interessa no sentido em que tiveram sempre quem os defendesse, quem olhasse por eles. O público foi sempre o parente pobre, eu estou sempre do lado dos mais fracos.
EliminarEu percebo o que queres dizer. Mas atenção que há escolas públicas que, à conta das extravagâncias de arquitectos e da Parque Escolar, são bastante boas, no que diz respeito às infraestruturas. Se o que nelas se ensina e aprende, se os seus profissionais - docentes e funcionários operacionais e administrativos - o são, já é outra questão. :)
EliminarExactly! Por exemplo, se um aluno tem 2 tem apoio à disciplina, porque é importante melhorar as estatisticas, o ranking blá. blá, blá... Se tem 3 com boas possibilidades de subir para 4 aí a escola já não tem um grupo de trabalho criado para o efeito, "cabe aos pais ter iniciativas para ajudar o filho a melhorar"...como disse?! Foi o que ouvi da diretora de turma da minha filha na reunião de entrega de notas do segundo periodo. Pedi para a questão ser colocada à escola...ainda estou à espera de resposta que não vai chegar...entretanto nas reuniões a culpa é sempre dos pais que nunca fazem que chegue, não educam bem, não acompanham, não participam. Os que participam e colocam questões incomodas aos professores porque lhes exigem responsabilidade e profissionalismo, a esses até se agradece que não apareçam, porque são uma grande "pain in the ass" e há muito professor que a única coisa com que se preocupa é com os direitos corporativistas que lhe assistem e o salário ao fim do mês, a parte dos deveres fica em casa fechada numa gaveta a sete chaves. Eu? Eu borrava a minha cara de vergonha se permitia que fosse uma empregada da escola a vir mandar calar uma turma, enquanto eu assistia impavido e sereno e deixava mais uma aula por dar...
EliminarDesculpa o desabafo com questões colaterais, mas o que me enerva é que ninguém está preocupado com a miséria de Ensino que se pratica, o que verdadeiramente preocupa é dinheiro, dinheiro e de quantas maneiras se pode ganhar, só isso.
Suri, acredito que tenhas todas as razões e mais algumas para te queixares, como mãe e EE. Eu, como Diretora de Turma, tenho também muitas razões de queixa de alguns pais e mães e EEs, que se "esquecem" de ajudar filhotes e organizar e levar para a escola material que é necessário.
EliminarQuanto a mandar calar uma turma, eu não me coíbo de o fazer da maneira que acho mais adequada naquele momento, nem que para isso tenha que dar ordem de saída da sala de aula.
Estas questões, colaterais como lhe chamas, cuja responsabilidade é dos docentes, não estão propriamente relacionadas com o teor do post que cito.
De qualquer modo, este tasco é óptimo para desabafar, é precisamente para isso que ele serve. :)
Acho a proposta muito boa e há muito que deveria ter sido concretizada. Faltaram os "ditos"! Não entendo esta polémica, quem quer ter as criancinhas no ensino privado tem todo o direito a isso, desde que pague por essa opção, é como a saúde no público e no privado, ninguém me obriga a ir para um hospital público, desde que pague a escolha é sempre minha. Onde fica a dúvida disto tudo?
ResponderEliminarPorque carga de água é que se há excelentes escolas públicas e excelentes professores no ensino público nós contribuintes temos que sustentar colégios, e a escravatura de professores mal pagos e subjugados por horas de trabalho?
Não entendo.... para mim a medida entrava era já em vigor.
Concordo em absoluto, AC, tanto no Educação, como na Saúde. :)
EliminarO que mais receio Pseudo é que a montanha acabe por parir um rato. Se vires as notícias já há cedências à Igreja e outros parceiros no que ao Pré- Escolar diz respeito. Ou seja, dão com uma mão e tiram com a outra. Achas que este lobby fortíssimo, ia ficar quieto e não tirar dividendos? E as autárquicas? Como é que ficamos sem os nossos quintais, agora que afrontámos tantos interesses? Outra coisa muito irritante também, é perceber o quanto esta questão é velha, e parece que descobriram agora a pólvora. Parece que a Troika definiu um pacote de medidas neste sentido de diminuir despesa quando a oferta pública supria necessidades...mas aí não convinha. Carregar no IRS, na sobretaxa, nos descontos com o salário cada vez mais curto era absolutamente necessário, pois éramos o melhor aluno da UE. Mais triste ainda é o resultado de tudo isto, esta discussão poder ser coisa nenhuma.
ResponderEliminarBom fim de semana,
Mia