Diz-vos alguma coisa? A mim nada me dizia, até sexta-feira à noite, quando o mais-que-tudo chegou a casa com a ideia fixa de irmos dar uma rapidinha ao Alto Minho, ainda sem destino fixo. Blah blah blah conjugal para aqui, pesquisa na net para acolá, tira apontamentos de contactos telefónicos, toca a telefonar para dois sítios (um deles fechado devido ao falecimento do dono - azar da catano!) e à terceira lá acertamos com o alojamento, no concelho de Montalegre, mais precisamente onde o título indica: uma aldeia onde predomina a pedra, muita bosta de vaca, muitas moscas em todo o lado e a toda a hora, muita simpatia e hospitalidade...uma atmosfera bastante bucólica, para quem deseja afastar-se do "sururu" urbano infernal em que Braga se está a tornar ultimamente.
Não é fácil chegar ao nosso destino final e quem enjoe por estradas secundárias "curvilíneas" não tem a vida facilitada por terras do Gerês, mas se se conduzir devagarinho, de modo a poder apreciar a magnífica paisagem montanhosa, evita-se esse contratempo. Quem parte de Braga, tem obrigatoriamente que fazer um desvio por Pitões das Júnias, - senão é quase como aquele cliché de Roma e do Pápa - e fazer pelo menos uma de duas caminhadas: a descida até ao Mosteiro (ou o que resta dele) de N. Srª. das Júnias ou a da cascata, esta mais longa e por carreiros mais irregulares.
Ao longo do percurso fomos encontrando vacas, muitas vacas, cabras, cavalos selvagens, pastores, cães aparentemente vadios e muita água fresquinha que nos soube muito bem, especialmente quando regressámos ao carro, após metros e metros infindáveis a trepar por entre arbustos e pedras a rebolar debaixo dos nossos pés. E não é que o reguila se portou muito bem ao longo deste percurso pedonal, sem demonstrar o cansaço que de facto sentia? Falta-lhe ainda a vontade de observar e ouvir e cheirar detalhadamente, mas com o tempo espero que aperfeiçoe tal.
Ora, Pitões das Júnias fica pertíssimo de Tourém, que por sua vez está a cerca de 3 quilómetros da fronteira com "nuestros hermanos". Se não tivesse visto o antigo posto fronteiriço, nem diria que estava em Espanha, tal as semelhanças entre a paisagem e as expressões faciais das pessoas por quem passávamos.
Mas voltemos a Tourém e ao local onde pernoitámos. Tal como referi no início, foi a nossa terceira escolha, quase ao acaso, após termos visto alguns sites na net: ruas estreitas de pedra, ladeadas por casas de pedra, "enfeitadas" com aroma de vaca, inevitável mal saímos do carro. À porta do local escolhido fomos ofertados com nozes acabadinhas de apanhar, por um menino que viémos a saber era filho dos donos deste paraíso rural: uma casa de turismo de habitação, cuja descrição podem ler na "homepage", e onde encontrámos uma "segunda família", uma atmosfera deveras acolhedora, com pessoas (donos e os outros hóspedes) que nos fizeram sentir em casa desde o primeiro minuto. Deram-nos à escolha vários quartos, mas não há paixão como a primeira...e foi mesmo uma belíssima escolha.
Optámos por jantar em Espanha, num restaurante recomendado pela dona da Casa dos Braganças. Não se comeu nada mal, talvez pela proximidade geográfica, nem a conta foi exorbitante: uns pimentinhos recheados, uma tarte de legumes, posta barrosã, costeleta de vitela, dois "solos"...ficámos bem.
Quando regressámos a "Casa" pudemos então usufruir de um serão à lareira (sim, estavam 5 graus no sábado à noite) com os donos, a respectiva família alargada, os restantes hóspedes e a criançada toda, todos sentados à mesma mesa (e que farta que ela estava) e numa algazarra que não me parece ser habitual nestes locais turísticos, mas que não nos incomodou nadinha, bem pelo contrário. Permitiu-nos descobrir um pouco da história da casa e ficar a saber acerca daquelas pessoas e porque é que um casal ainda tão jovem, na casa dos 30, com dois filhos, decidiu viver e trabalhar longe do barulho e do fumo e das caras antipáticas citadinas.
A noite foi bem dormida (à excepção de uma dor de barriga aguda do miúdo), mas a alvorada tocou à hora habitual: antes das oito, o que para mim, ao fim-de-semana, é um duplo suplício. Claro que ninguém saiu do quarto antes das 10, até porque nem valia a pena tomarmos o pequeno-almoço antes, já que a carrinha do pão, ao domingo, só chega à aldeia por volta das 9:30...hábitos de aldeia, já há muito perdidos na minha. O pequeno almoço, ou melhor, o banquete matinal, à semelhança do que tinha acontecido com o jantar da véspera, foi partilhado com todos naquela mesa gigantesca: variados doces e compotas, tudo fabrico caseiro, acompanhado por conversas agradáveis e por pessoas calorosas, sem sorrisos falsos, genuinamente simpáticas. Mesmo a despedida foi especial: senti um carinho tão grande que nem vontade dava de regressar a casa.
Por todas as razões e mais alguma, pareceu-nos que o tempo, ali, passava a um ritmo diferente...um sítio a regressar e que recomendo a quem gosta de escapadinhas rurais.
Não é fácil chegar ao nosso destino final e quem enjoe por estradas secundárias "curvilíneas" não tem a vida facilitada por terras do Gerês, mas se se conduzir devagarinho, de modo a poder apreciar a magnífica paisagem montanhosa, evita-se esse contratempo. Quem parte de Braga, tem obrigatoriamente que fazer um desvio por Pitões das Júnias, - senão é quase como aquele cliché de Roma e do Pápa - e fazer pelo menos uma de duas caminhadas: a descida até ao Mosteiro (ou o que resta dele) de N. Srª. das Júnias ou a da cascata, esta mais longa e por carreiros mais irregulares.
Ao longo do percurso fomos encontrando vacas, muitas vacas, cabras, cavalos selvagens, pastores, cães aparentemente vadios e muita água fresquinha que nos soube muito bem, especialmente quando regressámos ao carro, após metros e metros infindáveis a trepar por entre arbustos e pedras a rebolar debaixo dos nossos pés. E não é que o reguila se portou muito bem ao longo deste percurso pedonal, sem demonstrar o cansaço que de facto sentia? Falta-lhe ainda a vontade de observar e ouvir e cheirar detalhadamente, mas com o tempo espero que aperfeiçoe tal.
Ora, Pitões das Júnias fica pertíssimo de Tourém, que por sua vez está a cerca de 3 quilómetros da fronteira com "nuestros hermanos". Se não tivesse visto o antigo posto fronteiriço, nem diria que estava em Espanha, tal as semelhanças entre a paisagem e as expressões faciais das pessoas por quem passávamos.
Mas voltemos a Tourém e ao local onde pernoitámos. Tal como referi no início, foi a nossa terceira escolha, quase ao acaso, após termos visto alguns sites na net: ruas estreitas de pedra, ladeadas por casas de pedra, "enfeitadas" com aroma de vaca, inevitável mal saímos do carro. À porta do local escolhido fomos ofertados com nozes acabadinhas de apanhar, por um menino que viémos a saber era filho dos donos deste paraíso rural: uma casa de turismo de habitação, cuja descrição podem ler na "homepage", e onde encontrámos uma "segunda família", uma atmosfera deveras acolhedora, com pessoas (donos e os outros hóspedes) que nos fizeram sentir em casa desde o primeiro minuto. Deram-nos à escolha vários quartos, mas não há paixão como a primeira...e foi mesmo uma belíssima escolha.
Optámos por jantar em Espanha, num restaurante recomendado pela dona da Casa dos Braganças. Não se comeu nada mal, talvez pela proximidade geográfica, nem a conta foi exorbitante: uns pimentinhos recheados, uma tarte de legumes, posta barrosã, costeleta de vitela, dois "solos"...ficámos bem.
Quando regressámos a "Casa" pudemos então usufruir de um serão à lareira (sim, estavam 5 graus no sábado à noite) com os donos, a respectiva família alargada, os restantes hóspedes e a criançada toda, todos sentados à mesma mesa (e que farta que ela estava) e numa algazarra que não me parece ser habitual nestes locais turísticos, mas que não nos incomodou nadinha, bem pelo contrário. Permitiu-nos descobrir um pouco da história da casa e ficar a saber acerca daquelas pessoas e porque é que um casal ainda tão jovem, na casa dos 30, com dois filhos, decidiu viver e trabalhar longe do barulho e do fumo e das caras antipáticas citadinas.
A noite foi bem dormida (à excepção de uma dor de barriga aguda do miúdo), mas a alvorada tocou à hora habitual: antes das oito, o que para mim, ao fim-de-semana, é um duplo suplício. Claro que ninguém saiu do quarto antes das 10, até porque nem valia a pena tomarmos o pequeno-almoço antes, já que a carrinha do pão, ao domingo, só chega à aldeia por volta das 9:30...hábitos de aldeia, já há muito perdidos na minha. O pequeno almoço, ou melhor, o banquete matinal, à semelhança do que tinha acontecido com o jantar da véspera, foi partilhado com todos naquela mesa gigantesca: variados doces e compotas, tudo fabrico caseiro, acompanhado por conversas agradáveis e por pessoas calorosas, sem sorrisos falsos, genuinamente simpáticas. Mesmo a despedida foi especial: senti um carinho tão grande que nem vontade dava de regressar a casa.
Por todas as razões e mais alguma, pareceu-nos que o tempo, ali, passava a um ritmo diferente...um sítio a regressar e que recomendo a quem gosta de escapadinhas rurais.
IG: só de olhar para aquele quarto... ok, percebi logo, foi um fim-de-semana EM CHEIO... venham mais desses, não é?... (já agora, onde ficou o puto????)
ResponderEliminarParece um sítio bem catita!
ResponderEliminarO turismo rural no Gerês e no Alto Minho é uma coisa de eleição. É o meu escape de fim de semana preferido. Aconselho ainda outros tours ainda pouco "turistificados": as cascatas no Soajo, a Calcedónia (chamado o ninho das víboras no Gerês - será mito?) e os Carris, na Mata de Albergaria, em direcção às minas desactivadas.
ResponderEliminarparece me k foi bem porreiro.
ResponderEliminarOlá! Por nabice em relação à blogosfera (esta coisa dos convidados e tal...) andava um pouco arredado daqui.
ResponderEliminarPois Tourém e Pitões, andas por aqui a contar "segredos" a toda a gente, depois quixa-te que te transformam aquilo numa Quarteira do norte! (Deixa-me lá ser um pouquinho exagerado, para comemorar o regresso). Vou-te contar eu um segredo, mas não divulgues senão ainda sou preso: bom, bom, é dormir numa tenda junto às ruínas do mosteiro! E contar umas anedotas com a brasa a crepitar no que resta da lareira! Mas isso já foi há muito, muito tempo, era eu pouco mais do o que canta o do capachinho.
No fim-de-semana do 5 Outubro relembrei as caminhadas no alto do monte, ali para os lados da cascata do Arado. No domingo houve petiscada junto à Praça da República, ao lado do túnel (não me lembro do nome...).