Ena, ena, que festa!

Enquanto eu andei eu o dia todo numa roda viva, a visitar centro de saúde e hospital para descobrir que tenho sintomas de bronquite (aquela tosse que, pensava eu, se devia ao facto de acender os cigarros ao maridão apenas ao fim-de-semana, mas afinal é mais do que isso) e à tarde a marcar presença lá na escolinha e fingir que até trabalho para ganhar o meu salário extraordinário, andavam suas excelências para cá e para lá, aqui no meu tasco, a fazer uma farra pseudo-literária, com direito a tratamento honroso de "você isto, você aquilo ..." e a trocar impressões sobre o FP e o AG e o EQ e congéneres profissionais.
Resultado: um post que começou por parecer ser sobre o JPP resultou em 23 comentários! Nunca tal visto por estas bandas! Um dia destes, vejo-me obrigada a colocar o sitemeter ou uma coisa qualquer dessas só para saber quem são vocês, os que me lêem mas não comentam, de onde vêem e para onde vão! Sabem, aquelas questões estatísticas que assombram a mente de qualquer blogger que se preze - eu incluída! É que chegar a casa depois dum dia como o de hoje e ver que este blog finalmente serviu como espaço de tertúlia é uma sensação indescritível, só comparável àquela sensação que temos quando descobrimos uma nota de 50 euros, bem bonitinha e reluzente, nos bolsos das calças que acabaram de sair da máquina de lavar.
Depois de tão acalorada discussão acerca da estética literária dos supra-citados, tinha que vir o chato do costume com a sua sabedoria resumir um evento tão marcante com esta afirmação: "Gaijas...Garret é mesmo uma seca, saramago é excelente, pessoa é inimitável, inatingível e genial! "
Bem...agora a sério: já o disse e repito: acomodem-se e que nada vos trave a língua, que a mim também não.
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(reparem na mestria demonstrada: "Como fazer um post à custa de Uns e os Outros")
Uma última nota: louvável a discussão entre três faixas etárias distintas - a Filipa, a tal minha ex-aluna do ano passado que eu já apresentei aqui, a Inha, que não faço a menor ideia que idade tem (talvez mais 2 ou 3 anitos que a Filipa :P) e que dispensa apresentações a quem me visita regularmente, e a Tovarich Gina, uma vintinha minha colega de profissão que só por acaso não foi minha aluna há 10 anos atrás.

Comentários

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  2. se m permites, gostava de t rectificar - foram quatro faixas etárias (pq Eu tenho, no mínimo, 15 anhos a menos q a inha...)

    ;)

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  3. Pronto! Vou ter que me enervar...:(

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  4. Certas pessoas mais valia estarem caladas. Quando não se sabe não se sabe e pronto, meter o bedelho em coisas das quais não se sabe geralmente dá nisto: figura de urso.

    Bom dia para si, caríssima Pseudo.

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  5. Amiga, não leve a mal o tom do comentário anterior, mas irrita-me sobremaneira que se fale mal de algo que não se leu, ou se se leu, leu-se pela rama.

    Até para dizer mal, seja lá do que for, é preciso conhecer com alguma profundidade aquilo que se desdenha.

    A atitude tão em voga nas nossas sociedades de termos sobre tudo opinião formada, associada ao culto do relativismo, de acordo com o qual todos os pontos de vista são igualmente válidos, independentemente de serem ou não absurdos e até irracionais, torna todas as afirmações idênticas em valor, como se fosse perfeitamente normal dizer-se Pessoa é uma merda, sem que se diga porque é que Pessoa é uma merda.

    Antes de se dizer uma coisa dessas é necessário justificar tintin por tintin os motivos que nos levam a dizê-lo. Eu, como amo a Pessoa como a poucos poetas; como tenho presente a grandiosidade da sua obra, como me sinto enebriado pela perfeição dos seus desdobramentos de personalidade, pela singular magia dos seus versos, lamento, mas em tal matéria sou abrupto, doa a quem doar.

    Mais uma vez, um bom dia.

    Cumprimentos.

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  6. nada tenho a dizer mais que um também eu "amo a Passoa". perdoem-me dize-lo de novo, mas nunca leitrua de poeta algum se igualará ao fascínio que me dá a leitura de pessoa.
    tanto que a certo ponto, nesta interpretação subjectiva que é a do leitor, chego a encontrar-lhe irremediáveis pontos comuns com Nietzsche (outro dos poucos que me exalta o ego).
    a obra de pessoa é de um plurar em todo o sentido, tanto que isso resulta numa singularidade única: a filosofia das ideias, a poesia das prosas, a "esquizofrenia" do ser( de um ser de um tal tamanho que não mais cabe em si, recorrendo à criação de novos egos, em si. É assim que vejo os heterónimos, em todo o caso.)

    deixo aqui, em nota de despedida, um dos "dizeres" de Bernardo Soares (no livro do desassossego) que sempre me rouba o folego:

    "Transeuntes eternos por nós mesmos, não há paisagem senão o que somos.
    Nada possuímos, porque nem a nós possuímos. Nada temos porque nada somos.
    Que mãos estenderei para que universo? O universo não é meu: sou eu."

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  7. bem... o comentário do PIcasso deixou-me boquIaberta (mais um momento "Bom Português").

    eheheh... gostei da descrição mas eu contribuí pouquíssimo para a discussão. Os louvores deverão ir mesmo para a Filipa e para a Inha, sobretudo para a Filipa (perdoe-me a INha) pelo seu poder de exposição e argumentação.

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  8. Obrigada, Tovarich, pela sua referência. Creio, que entre um debate "apaixonado" e outro "insultuoso" entendeu o meu propósito, pelo que acho lovável saber distinguir um ponto de vista (gostar ou não, eis a questão) de uma avaliação sobre uma obra literária, que, no meu caso concreto, seria absurdo. Como tão absurdo seria eu ou outro mamífero qualquer sermos obrigados a ler 1500 livros de alguém para finalmente chegar à conclusão de gostar ou não. Uma das coisas que mais admiro nas pessoas é a capacidade que têm de dizer "não" quando alguma coisa lhes desagrada, mesmo sendo essa coisa a melhor do mundo.
    Em muitos casos, um aqui presente, há a possibilidade de as pessoas interiorizarem as personagens, identificarem-se com elas e assumir, enfim, a sua própria identidae, mas creio isto é um problema que raia os limiares da psicologia, e quando chega a esta parte parou, porque são domínios onde não me atrevo a entrar.

    Quem foi que disse mesmo "e no entanto ela move-se"???
    Haja respeito pelo direito à diferença e tenhamos a "lata" suficiente de assumir que não gostamos de alguma coisa, mesmo que o resto da carneirada se curve em adoração e levante o cu aos céus.

    Muito obrigada Tovarich, e desculpe "alguma" irritação subjacente neste comentário, mas de facto há coisas que extravazam os limites da minha humilde paciência.

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  9. Pois não há nada a desculpar apesar de não ter entendido essa irritação (alguma coisa houvesse para entender). Discordo porém do absurdo que seja conhecer a obra de um autor (e 1500 livros é uma hipérbole muito forte) mas concordo que não há nada de errado em assumir desgostar de alguma coisa/obra/autor, tal como eu assumi odiar aquele prémio nobel que é o "Memorial de um Convento". Cada autor tem o seu estilo literário e pessoal e é natural que não gostemos todos das mesmas coisas. Aliás, se assim fosse a Margarida Rebelo Pinto, o Paulo Coelho e outros estariam na falência. Além disso, o cânone é uma coisa assumidamente imposta; existem muitos e bons autores menos conhecidos e com uma obra interessantíssima.
    Bom fds Inha

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  10. Perfeitamente de acordo, Tovarich. Esqueça a irritação. Eu às vezes passo-me dos carretos...;)

    Uma boa semana!:D

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P.S.: Não sou responsável por aquelas letrinhas e números enfadonhos que pedem aos robots que cá vêem ler-nos.

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